Se a noção de que tudo existe porque temos uma consciência individual para conceber que algo seja real, como sugerida pela espiritualidade, já vinha sendo difundida entre a cultura popular, com o desenvolvimento da física quântica, isto se tornou ainda mais evidente. A capacidade da evolução, num dado momento dar um salto quântico que não tem explicação matemática ou lógica, acaba sugerindo que uma consciência alheia à consciência individual, mas interconectada com ela, atua para determinar evoluções de espécies em alguns casos. Assim, a possibilidade desta consciência maior, chamada agora de cósmica, atuar no meio, gera a teoria das incertezas, trazendo a noção complementar ao determinismo da física clássica.
Ou seja, trocando em miúdos, pensar num indivíduo, não se reduz a apenas dizer: "penso, logo existo" na exata expressão da frase, mas sim: "Se penso, é porque algo existe antes, que determina minha existência como um todo", e portanto, a mente já não pode ser vista como apenas lógica, mas também intuitiva, vindo de encontro ao que na espiritualidade sempre se afirmou, temos um lado feminino (intuitivo) e masculino (racional), que gera ainda um terceiro que se abstrai destes dois lados: a criatividade, e assim, temos a grosso modo o arquétipo de nossa essência, como número:3, como figura, um triângulo. No entanto, isto ainda seria num nível individual, onde a identificação com os condicionamentos feitos pela sociedade, já determinam as nossas identificações com o meio, e portanto, nossa identidade. Alheio a estes condicionamentos estaria ainda algo tanto refletido individualmente, como no cosmos, que não se manifesta, mas se utiliza da manifestação para se observar e assim, evoluir o meio manifesto, "sendo". Como se cada aspecto da manifestação representasse um olho deste inconsciente coletivo, onde não há tempo nem espaço. Quando através da meditação, vamos aos poucos nos despindo dos condicionamentos e acessamos este estado inconsciente, percebemos porque o homem e a mulher são feitos à imagem e semelhança do que chamam de "Deus".