Relembrada a ideia sobre o liberalismo clássico, podemos compreender o liberalismo x Neoliberalismo. As ideologias vão sendo desenvolvidas ao longo dos tempos, em função do desenvolvimento humano, o que se reflete na vida social, já que o homem assimila e implementa suas idéias no convívio de seu semelhante, e no contraste de ideologias, aos poucos vai desenhando o contorno de sí mesmo até "Ser", tanto no macro como no microcosmo.
Uma das características do estado liberal é a clara demarcação entre Estado e não-estado. Isto se traduziu ao longo do tempo, na perda, por parte do estado liberal, do poder ideológico, na medida em que se procedeu ao reconhecimento dos direitos civis, sobretudo os da liberdade religiosa e de opinião. Este fato, justifica a identificação que se faz entre Laicismo (governo pelo clero) e Estado liberal (governo dissociado do clero). Esta demarcação ou delimitação entre o estado e não estado se emancipou de várias formas, e a perda do monopólio do poder econômico foi uma destas principais formas, o que resultou na concessão da liberdade econômica; (Basta observar como eram as sociedades enquanto feudos e como são as sociedades atuais)! Portanto, o único poder que o estado liberal reteve, no processo histórico de sua afirmação, foi o monopólio da força. Mesmo assim, o uso da coerção organizada viu-se batizado pela instauração do "Estado de Direito e do Princípio da legalidade". Em síntese, ao longo do tempo, o liberalismo buscou circunscrever a ação do Estado. Em termos de teoria política, isto veio a significar a ideia do "Estado mínimo", e enquanto teoria econômica desaguou na defesa da economia de mercado.
No Ocidente desenvolvido, assistimos ao aumento do que se chama "Neo-liberalismo", que tem como característica básica (em sua raíz ideológica), a crítica aos socialismos reais.
Neo liberalismo e o Brasil
Através da crítica às novas formas de despotismo que assinalam o comunismo, o novo liberalismo reivindica a afirmação dos direitos do homem, reclamando igualmente a superioridade do mercado em contraposição à ineficiência do "Estado intervencionista", tanto nos países ditos comunistas quanto naqueles onde prevalece, em maior ou menor grau, formas de social-democracia. Em resumo, ao fazer a crítica a um Estado burocratizado, responsável pela perda das liberdades pessoais, pela malversação de recursos e pela má gestão econômica, o neo-liberalismo faz uma crítica a um Estado de cunho paternalista que, ao tratar seus súditos como menores e não como adultos, impede o livre jogo das virtualidades dos indivíduos nos mercados econômico e político.
Até aqui, já dá até para fazer um exercício sobre onde o Brasil,se encontra neste contexto, e se tem alguma dúvida sobre o que o liberalismo gerou nas sociedades, basta observar Cuba e comparar com os demais países que estão num estado liberal.
Na Europa e EUA o Estado do bem-estar social originou-se de governos democráticos, que por sua vez foram um desdobramento da doutrina liberal. Aqui no Brasil, pra variar, houve uma distorção do liberalismo (no bom sentido), que utilizou-se da doutrina liberal para desempenhar um papel importante na luta contra o autoritarismo, ao invés de fazer sua crítica à Social democracia como na origem, citada acima, já que é um país com características distintas. Assim, o liberalismo aqui se destacou frente a luta contra ao autoritarismo e, portanto, contra o regime militar. Desta forma, por aqui deu-se a afirmação dos direitos humanos e a re-implantação do Estado de Direito, como meios de enfrentar o arbítrio político, sobretudo dos atos institucionais (Quem não lembra do AI5 do governo militar?). Paralelamente, essa atuação da doutrina liberal inspirou uma critica ao crescimento excessivo do Estado nos últimos anos, seja no campo regulamentar, seja na ação empresarial, visando enfrentar o arbítrio econômico estatal.
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