Imaginemos todos estarmos neste momento, sentados em volta de uma fogueira, numa noite fria do hemisfério norte do planeta. Imaginemos que nossa vida seja influenciada naturalmente e diretamente pelos astros, que se movimentam no céu, sendo que saibamos da chegada da estação da Primavera, pela posição aparente do Sol, na constelação de Áries, momento em que o período da noite possui a mesma duração do período do dia, denominado Equinócio. Como as plantas florescem nesta época, festejamos a vida, num fraternal ágape. Em breve, o dia durará mais do que a noite. Assim como a vegetação e os nossos ânimos se influenciarão pela estação, em função do Sol, a maré e as nossas emoções se influenciarão, em função da Lua. Vivemos sempre o presente momento ou sucessivos momentos de presente, percebendo os pensamentos que fluem de nossa mente, em consequência às alterações a nossa volta tanto da natureza quanto da vida prática cotidiana, percepção da consciência de nosso Ser que está em constante expansão. Neste ambiente, o tempo, é a eternidade. Segue o tempo, ...chegamos à civilização Egípcia que desenvolve uma forma de medir a duração do dia, através do aparente movimento do Sol,...surge o relógio. A civilização Suméria, na Babilônia, desenvolve a medição do tempo, através da ciência, da matemática, no entanto, possuindo uma álgebra com base em unidades de 60 (sexagesimal), ao contrário da atual, que é de 10 (decimal), considera a duração de uma hora equivalente a 60 minutos, sendo o minuto equivalente a 60 segundos, o que propicia dividir o dia em 24 horas, que naquela época, possuíam duração conforme a claridade do dia, portanto, mais curtas no inverno do que no verão. O Globo terrestre seria dividido em 360o. com 24 fusos horários de 15o. cada, equivalendo cada grau a 4 minutos (1 hora=60' /4' x 15o. = 60', ou seja: 1 fuso = 1 hora). Neste momento, surge o desenvolvimento da astrologia. ...Segue o tempo e chegamos a Hiparco (em 130 a.c.),civilização grega, que chama o grau "0", na constelação de Áries, de ponto vernal, ou seja, o ponto onde a eclípitica do movimento do planeta, cruza com a linha do Equador Celeste, iniciando o sígno de Áries, e portanto, o Zodíaco astrológico. Na Grécia, a astrologia foi fortememte influenciada pela Mitologia, e popularizada. Com o declínio do Império Romano, a astrologia, paulatinamente, passa a ser considerada superstição e a astronomia ganha valor. Júlio Cesar, imperador romano, estabelece o calendário Juliano, em 45 a.c. ...Segue o tempo e estamos agora no século 2 a.c., quando o astrônomo de Alexandria: Ptolomeu, baseia sua astronomia na crença de que todos os corpos celestes, giram em torno da Terra. No século 15 d.c. Nicolau Copérnico, astrônomo polonês, avança a teoria heliocêntrica, em que a Terra e os outros planetas giram em volta do Sol, causando uma grande controvérsia, pois a teoria anterior estava profundamente integrada na filosofia e na religião daquela época. No século 16 d.c., o astrônomo italiano: Galileu Galilei, lança o primeiro telescópio para estudo dos astros e adere à teoria heliocêntrica de Copérnico. Em reação, a igreja declara heresia ensinar que a Terra se move, e aprisiona-o, mantendo esta posição por mais 350 anos. O Papa Gregório XIII, no século 16 d.c. realiza uma reforma e altera o calendário vigente, que fica chamado até os dias de hoje de Gregoriano....Segue o tempo, estamos agora no século 19 d.c., quando o Império Britânico adota a hora local de Greenwich, local onde o Sol atinge o seu ápse ao meio-dia (onde se encontra o observatório Real)como hora padrão de referência mundial, uma vez que, se calculássemos o tempo a partir do meio-dia, na zona onde cada um se encontrasse, seria uma hora diferente em cada longitude. Após uma conferência internacional, oficializou-se a divisão do mundo em "zonas horárias", cada qual com uma amplitude de 15o. de longitude, embora as divisões exatas tenham se ajustado à conveniência das fronteiras entre países e estados. A hora padrão de cada zona,portanto, fica adiantada se ao Oriente (direita) do Meridiano de Greenwich, e atrasada, se ao Ocidente (esquerda). Albert Einstein, no século 20, ao desenvolver a Teoria Geral da Relatividade, menciona que, nem o espaço, nem o tempo, existiriam um sem o outro. Sendo assim, compreendemos hoje que a noção de tempo em nossa civilização, se desenvolveu para a vida prática, cotidiana, e sobretudo, comercial, ou seja, para a vida do ser através da sua personalidade na relação com a matéria. Passado, presente e futuro passaram a nos dar uma noção do tempo cronológico como algo linear (______). Esta linearidade gera em nossas mentes, o tempo psicológico que é a compulsão a viver no presente, pensando no passado, porque acreditamos que este forma a nossa identidade, ou, pensando no futuro, pois acreditamos que este contêm uma promessa de salvação e realização. Quando chegamos ao final de um ano comercial então, vem aquela sensação de renovação, de querer eliminar tudo para começar do zero, vem uma alegria por isto, e é realmente algo bom, mas reflitamos, este tempo que nossa mente mira, em função de nossa sociedade civil, ou seja, criado por nossa cultura ancestral é uma ilusão mental que deveria servir apenas para organizarmos a vida prática. Se nos atentarmos, em estado de alerta ao momento presente, enchendo de vida e consciência a nossa alma, estaremos no tempo de nossa essência, que não perece como a matéria e os pensamentos ilusórios, ...estaremos no tempo da eternidade, onde passado e futuro, são efetivamente infinitos momentos do "presente". Então, com a consciência na essência onde somos Um com o todo, poderemos estar como vivíamos há 6.000 anos atrás, ...vivendo seguindo o fluxo natural da vida, ...sem ilusões. Basta refletir o seguinte: Excluindo a personalidade humana, do ponto de vista de nossa essência, pano de fundo da existência, que diferença faz estarmos em 2012 ou há 6.000 anos atrás?