quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Linha do tempo

Imaginemos todos estarmos neste momento, sentados em volta de uma fogueira, numa noite fria do hemisfério norte do planeta. Imaginemos que nossa vida seja influenciada naturalmente e diretamente pelos astros, que se movimentam no céu, sendo que saibamos da chegada da estação da Primavera, pela posição aparente do Sol, na constelação de Áries, momento em que o período da noite possui a mesma duração do período do dia, denominado Equinócio. Como as plantas florescem nesta época, festejamos a vida, num fraternal ágape. Em breve, o dia durará mais do que a noite. Assim como a vegetação e os nossos ânimos se influenciarão pela estação, em função do Sol, a maré e as nossas emoções se influenciarão, em função da Lua. Vivemos sempre o presente momento ou sucessivos momentos de presente, percebendo os pensamentos que fluem de nossa mente, em consequência às alterações a nossa volta tanto da natureza quanto da vida prática cotidiana, percepção da consciência de nosso Ser que está em constante expansão. Neste ambiente, o tempo, é a eternidade. Segue o tempo, ...chegamos à civilização Egípcia que desenvolve uma forma de medir a duração do dia, através do aparente movimento do Sol,...surge o relógio. A civilização Suméria, na Babilônia, desenvolve a medição do tempo, através da ciência, da matemática, no entanto, possuindo uma álgebra com base em unidades de 60 (sexagesimal), ao contrário da atual, que é de 10 (decimal), considera a duração de uma hora equivalente a 60 minutos, sendo o minuto equivalente a 60 segundos, o que propicia dividir o dia em 24 horas, que naquela época, possuíam duração conforme a claridade do dia, portanto, mais curtas no inverno do que no verão. O Globo terrestre seria dividido em 360o. com 24 fusos horários de 15o. cada, equivalendo cada grau a 4 minutos (1 hora=60' /4' x 15o. = 60', ou seja: 1 fuso = 1 hora). Neste momento, surge o desenvolvimento da astrologia. ...Segue o tempo e chegamos a Hiparco (em 130 a.c.),civilização grega, que chama o grau "0", na constelação de Áries, de ponto vernal, ou seja, o ponto onde a eclípitica do movimento do planeta, cruza com a linha do Equador Celeste, iniciando o sígno de Áries, e portanto, o Zodíaco astrológico. Na Grécia, a astrologia foi fortememte influenciada pela Mitologia, e popularizada. Com o declínio do Império Romano, a astrologia, paulatinamente, passa a ser considerada superstição e a astronomia ganha valor. Júlio Cesar, imperador romano, estabelece o calendário Juliano, em 45 a.c. ...Segue o tempo e estamos agora no século 2 a.c., quando o astrônomo de Alexandria: Ptolomeu, baseia sua astronomia na crença de que todos os corpos celestes, giram em torno da Terra. No século 15 d.c. Nicolau Copérnico, astrônomo polonês, avança a teoria heliocêntrica, em que a Terra e os outros planetas giram em volta do Sol, causando uma grande controvérsia, pois a teoria anterior estava profundamente integrada na filosofia e na religião daquela época. No século 16 d.c., o astrônomo italiano: Galileu Galilei, lança o primeiro telescópio para estudo dos astros e adere à teoria heliocêntrica de Copérnico. Em reação, a igreja declara heresia ensinar que a Terra se move, e aprisiona-o, mantendo esta posição por mais 350 anos. O Papa Gregório XIII, no século 16 d.c. realiza uma reforma e altera o calendário vigente, que fica chamado até os dias de hoje de Gregoriano....Segue o tempo, estamos agora no século 19 d.c., quando o Império Britânico adota a hora local de Greenwich, local onde o Sol atinge o seu ápse ao meio-dia (onde se encontra o observatório Real)como hora padrão de referência mundial, uma vez que, se calculássemos o tempo a partir do meio-dia, na zona onde cada um se encontrasse, seria uma hora diferente em cada longitude. Após uma conferência internacional, oficializou-se a divisão do mundo em "zonas horárias", cada qual com uma amplitude de 15o. de longitude, embora as divisões exatas tenham se ajustado à conveniência das fronteiras entre países e estados. A hora padrão de cada zona,portanto, fica adiantada se ao Oriente (direita) do Meridiano de Greenwich, e atrasada, se ao Ocidente (esquerda). Albert Einstein, no século 20, ao desenvolver a Teoria Geral da Relatividade, menciona que, nem o espaço, nem o tempo, existiriam um sem o outro. Sendo assim, compreendemos hoje que a noção de tempo em nossa civilização, se desenvolveu para a vida prática, cotidiana, e sobretudo, comercial, ou seja, para a vida do ser através da sua personalidade na relação com a matéria. Passado, presente e futuro passaram a nos dar uma noção do tempo cronológico como algo linear (______). Esta linearidade gera em nossas mentes, o tempo psicológico que é a compulsão a viver no presente, pensando no passado, porque acreditamos que este forma a nossa identidade, ou, pensando no futuro, pois acreditamos que este contêm uma promessa de salvação e realização. Quando chegamos ao final de um ano comercial então, vem aquela sensação de renovação, de querer eliminar tudo para começar do zero, vem uma alegria por isto, e é realmente algo bom, mas reflitamos, este tempo que nossa mente mira, em função de nossa sociedade civil, ou seja, criado por nossa cultura ancestral é uma ilusão mental que deveria servir apenas para organizarmos a vida prática. Se nos atentarmos, em estado de alerta ao momento presente, enchendo de vida e consciência a nossa alma, estaremos no tempo de nossa essência, que não perece como a matéria e os pensamentos ilusórios, ...estaremos no tempo da eternidade, onde passado e futuro, são efetivamente infinitos momentos do "presente". Então, com a consciência na essência onde somos Um com o todo, poderemos estar como vivíamos há 6.000 anos atrás, ...vivendo seguindo o fluxo natural da vida, ...sem ilusões. Basta refletir o seguinte: Excluindo a personalidade humana, do ponto de vista de nossa essência, pano de fundo da existência, que diferença faz estarmos em 2012 ou há 6.000 anos atrás?