quarta-feira, 9 de agosto de 2017

A vida se basta em si? (sem sentido?)

-Qual o sentido da vida? Há algum ou tudo não passa de simples pensamento?
-A vida é uma ilusão ou esta é a ilusão da filosofia?
Na antiguidade, o sentido da vida consistia principalmente na aquisição da Felicidade (eudaimonia*), característica mais elevada e desejada; Neste contexto, a filosofia se desenvolveu, em função do que cada escola considerava sobre ser felicidade e como cada qual considerasse sobre "como atingi-la". Platão, considerando a alma humana imortal afirmava que apenas se : razão, coragem e instintos estiverem em equilíbrio, e desde que não se contradizendo mutuamente, é que o Ser humano poderia alcançar a felicidade, tendo sido influenciado pela escola Pitagórica. Aristóteles, por sua vez, não considerava a Felicidade como uma condição estática, mas sim uma constante ativa da alma humana, que poderia ser perfeita apenas através da contemplação da vida. Enquanto o Estoicismo viria derrubar o sentimento da felicidade em função da interação com a vida como uma virtude, afirmando que só quem se encontrar em uníssono com a ordem do Cosmo, livre de emoções, desejos, paixões adotando uma postura indiferente ao próprio destino, e portanto, indiferente e apática aos acontecimentos da vida, alcançaria a paz estoica, "verdadeira felicidade". Já o Epicurismo, afirmaria que o sentido da vida jaz no desejo, sendo as condições prévias para a felicidade a superação da dor e do medo, o que poderia ser obtido com a redução da vida pública, a imaginação e o resguardo a um grupo pequeno de pessoas com a mesma intenção. Na Idade Média, com a ascensão do Cristianismo(Incluindo a igreja Ortodoxa) que monopolizou o pensamento na Europa e consequentemente abafou a voz das demais tradições (Judaica, Islâmica, Hindu e Budista) para as civilizações vindouras do Ocidente, o foco do sentido da vida migrou do pessoal para o coletivo(popularizando-o), sobretudo na baixa Idade Média, com ênfase na vida pessoal de Jesus e a possibilidade da união mística com Deus através dos ensinamentos de Jesus agora "o Cristo", considerado seu filho (simbolicamente). Assim, embora o protestantismo (igreja Luterana, Anglicana, Presbiteriana, Metodista, Congregacional, Pentecostal e neo pentecostal) e a Igreja Batista, tenham surgido (século XVI) por uma reação às doutrinas e práticas do Catolicismo Romano medieval, além do movimento Espirita que veio posteriormente (século:XIX) engrossar o caldo, ampliando cientificamente o conhecimento espiritual, o foco passou a ser : a declaração da "vida eterna" e portanto, a comunhão máxima com Deus na eternidade. Com o espaço conseguido posteriormente pelas demais tradições, principalmente no ocidente, novos referenciais dentro desta visão de "comunhão com Deus na eternidade" passaram a ser considerados, dentro deste contexto de "Qual o sentido da vida", o que nos coloca nos dias de hoje com a tarefa de tentar compreender 'a priori' o que vem de fato a ser o significado de "Deus", que com a influência do Oriente cada vez mais é sentido como uma 'essência incognoscível comum a todos', independente de credo, o que aliás já era dito em outras palavras pela tradição Judaica, através da Torá, desde os remotos tempos e reforçado pelo conhecimento da Kabalá ("Não há como pronunciar-se o nome de Deus"). --------------------------------------------------------
[*estado de ser habitado por um bom gênio]