sábado, 26 de julho de 2014

Anedota Sufi sobre a busca do Ser humano

Numa reunião de Sufis, num círculo, unidade básica, cerne do sufismo ativo, atraído por um mestre que ensina, um grupo de buscadores comparece à assembléia, momento menos formal em que se formulam as perguntas e os mesmos são recepcionados. Nesta ocasião, um recém-chegado acabara de perguntar ao mestre: -o Aga, há um anseio básico de experiência mística do qual toda a humanidade compartilhe?
-Sim, temos uma palavra,( respondeu o Aga), que resume tudo isso . Descreve o que estamos fazendo e compendia a nossa maneira de pensar. Através dela compreenderemos a própria razão da nossa existência, e a razão porque a humanidade, via de regra, vem falando em desigualdade. A palavra é Anguruzuminahstafil.
E explicou-a utilizando para isso uma história sufista tradicional.
Quatro homens – um persa, um turco, um árabe e um grego – se encontram numa rua de aldeia. Eram companheiros de viagem, a caminho de algum local distante; naquele momento, porém, discutiam como gastar uma única moeda, que era tudo o que possuíam.
-Quero comprar angur – disse o persa.
-Pois eu quero uzum – disse o turco.
-Eu quero inah – disse o árabe.
-Não!!! – exclamou o grego – devíamos comprar stafil.
Outro viajante que ia passando, um lingüista, propôs-lhes:
-Dêem-me a moeda. Procurarei satisfazer aos desejos de todos.
A princípio, não quiseram confiar nele. Finalmente, entregaram-lhe a moeda. Ele dirigiu-se à loja de um vendedor de frutas e comprou quatro cachinhos de uvas.
-Este é o meu angur – disse o Persa.
-Mas é a isto que chamo uzum – disse o turco.
-Você me trouxe inah – disse o árabe.
-Não! – atalhou o grego – na minha língua, isto é stafil.
Repartidas as uvas entre eles, cada qual compreendeu que a desarmonia fora conseqüência da falta de compreensão da língua dos outros.
-Os viajantes, disse o Aga, são as pessoas comuns do mundo. O lingüista é o sufi. As pessoas sabem que querem alguma coisa, porque existe nelas uma necessidade interior. Podem dar-lhes nomes diferentes, mas a coisa é a mesma.“Os sufis” – Idries Shah

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