Se não fosse para termos consciência e interagir com o corpo físico, não teríamos nascido munidos com este corpo que, dependendo do ponto de vista, encobre nossa essência. Assim, se não fosse para tomarmos consciência do plano físico no nível macro, não precisaríamos estar vivendo num planeta com uma física mais densa e peculiar. Portanto, é um atributo da inteligência humana evoluir, proporcionando maior conforto à sociedade civil, através das descobertas no campo da física. Se existir vida em outros planetas, e tudo indica que eles estão nos observando há muito tempo, meio que esperando um salto quântico nosso para fazer contato, haverá um ganho enorme neste contato. Nossa civilização explora a física da terceira dimensão há 2.500 anos, iniciando com Demócrito de Abdera e Leucipo, que lançaram o atomismo, onde considerava-se o átomo a menor partícula do cosmo (átomo=indivisível). De lá pra cá passou por Platão, Aristoteles (que em 330 a.c. passou a acreditar que fogo, ar, terra e água eram os elementos fundamentais e não eram constituídos por átomos, colocando o atomismo em segundo plano), Epicuro, Galeno, e com a perda da filosofia atomista na queimada da biblioteca de Alexandria no sec IV, só pôde haver o seu resgate no século XVII, através dos Iluministas, que fizeram a filosofia de Epicuro renascer. Na sequência: Descartes, Galileu-Galilei, defendiam teorias muito parecidas com o atomismo; Newton desenvolveu a teoria gravitacional (percebendo-se que o que está abaixo está em cima)e a teoria corpuscular da luz , mas o alemão Max Planck, em 1900, provou que a luz é emitida em pacotes, e chamou-os de quanta, base para o desenvolvimento da mecânica quântica. Einstein, nos trás a teoria da relatividade, revelando que tempo, espaço, matéria e energia são facetas da mesma moeda universal, ganhando o prêmio Nobel em 1921. Com a Revolução industrial, o desafio da ciência passa a ser desvendar fenômenos naturais ligados à utilidade prática das pessoas, como a energia elétrica, a magnética (Michael Faraday e James Clerck Maxwel - século XIX, descobridor da força eletromagnética por trás de fenômenos como a luz, o magnetismo, os raios X e as ondas de Rádio e TV. Apenas em 1897 o inglês J.J. Thomson mostrou a natureza dos raios que permitiram o desenvolvimento dos tubos para uso em TV, chamando a partícula que formava estes raios catódicos de "elétron", o que permitiu a verificação de que a luz é composta na verdade por partículas sem massa, chamadas: Fótons. Um pouco antes, havia sido descoberto o elemento químico Rádio, pela polonesa Marie Curie e seu marido, o que os levou à radioatividade. Assim, com a descoberta dos elétrons, era dado como correta a existência dos átomos, defendida pelos Gregos no século V a.c., mas faltava compreende-los, o que ocorreu com a demonstração dos prótons por Rutheford, em 1917, e dos neutrons, em 1932. Mas percebeu-se que a natureza mais ínfima não eram estes, descobrindo-se com o auxílio do telescópio, o múon, em 1936. Nas décadas subsequentes, 14 outras espécies exóticas e subatômicas foram detectadas nos aceleradores de partículas, por inúmeros físicos, que faturaram outros prêmios Nobel, o que possibilitou a criação dos computadores, naves espaciais, bombas atômicas, entre outros novos materiais, até que chegamos ao bóson de Higgs, em 1964, e que só agora começa a ser encontrado, possibilitando que possamos fechar a página da física do século XX e iniciar a do século XXI. Assim como, para o físico que compreender a natureza do vácuo interestelar (energia escura que permeia o universo), descoberta em 1998, que responde pela aceleração da expansão do cosmo, colocando dúvida na visão de 2.500 anos atrás sobre o vazio. É, penso que os nossos vizinhos interplanetários ainda vão ter que esperar um pouco para se apresentar. (Base do texto: artigo de Peter Moon, para a Revista Época)
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