quarta-feira, 26 de maio de 2010

A virtualidade do mundo moderno






Hoje tenho uma relação de clientes para contatar, ou seja, necessidades reais para manter com o resultado do trabalho, que vão me garantir a sobrevivência segundo as regras da sociedade atual, se não for visitá-los pessoalmente, o que cada vez fica mais difícil, dado problemas como trânsito, custos e velocidade das respostas e cumprimento de metas, envio-lhes um email ou faço um contato através de telefone, chat , msn ou skype e este contato virtual vai gerar recursos também reais para a minha subsistência, o mesmo ocorrendo com meus fornecedores. Portanto, tenho necessidades reais e na interação virtual com clientes e fornecedores, obtenho recursos para a sobrevivência na vida real. Uma ponte para a manifestação no físico do que era antes apenas uma idéia, e isto sempre foi assim, o que mudaram foram as ferramentas para interação, que se tornaram mais interativas e velozes com o advento da informática. Isto vem ocorrendo em vários aspectos da vida humana, e sobretudo na interação entre as pessoas, que se dá em grande parte hoje em dia através das ferramentas virtuais. Então, da mesma forma como vamos menos ao cliente e ao fornecedor no trabalho, vamos menos à casa dos amigos e novos conhecidos para o relacionamento interpessoal, não obstante possamos nos manter presentes através do contato virtual, que acessa e interage com as emoções das pessoas tão melhor quanto antes pessoalmente, já que temos à disposição toda a sinergia da comunicação virtual, com envio de vídeos, músicas, fotos, filmes, recados para expressar nossos sentimentos. Vale lembrar que, tanto pessoalmente quanto virtualmente toda expressão emitida traz oculta uma emoção que interage com a emoção de quem a recebe, e portanto, pessoalmente ou virtualmente um relacionamento irá se desenvolver, talvez até mais forte virtualmente do que na própria realidade, dada a interatividade e a disponibilidade da exposição a que submetemos nossos sentimentos , o que pessoalmente encontra mais resistência, como a vergonha, por exemplo.
Ocorre que por estarmos interagindo com emoções e sentimentos, o que é virtual acaba se transformando real, já que a emoção e o sentimento são reais, assim como experiências que tenhamos vivido que nos levem a sentir algo por alguém no presente. Então, assim como no trabalho tínhamos certas necessidades que necessitavam ser atendidas e a ferramenta virtual cumpriu bem o papel de ponte para tanto, criando recursos reais para a vida real, na vida pessoal, ocorrerá o mesmo: temos certas necessidades emocionais que necessitam ser atendidas e que podemos senti-las atendidas através de um contato com alguém virtualmente. Então, temos uma necessidade real, utilizamos a ponte virtual para satisfazer tal necessidade e na maioria das vezes, a experiência tem mostrado atualmente que esta vem sendo atendida plenamente; Então surgem grandes negócios na rede virtual, assim como, grandes amizades e até muito mais intensas. Mas tem surgido uma questão a ser discutida sobre este tema. Muita gente, interage virtualmente mas considera esta ferramenta como algo fantasioso,...virtual , no exato sentido da palavra: “que existe como potência ou faculdade, mas não como realização ou ato (aparente)”, mesmo ciente da interação emocional que está em jogo . Considera tudo como uma brincadeira, em que as interações ocorridas na ferramenta virtual são tratadas como “aparentes”, e portanto, sem valor,... sem grande importância para a vida real, como se não houvessem maiores efeitos que fossem se manifestar na dimensão física.
Não consigo enxergar a ferramenta virtual por este ângulo, e tenho certeza de que ela veio para dinamizar a manifestação do que está na dimensão sutil, tanto na interação no trabalho, profissional, quanto na interação interpessoal, permitindo uma maior velocidade da materialização da beleza interior de cada um de nós . Assim, é importante sempre conferirmos se o que está no virtual tem consistência e pode se manifestar plenamente no real, para não acabar considerando real o que o outro pretendia como brincadeira,.. aparência, ou vice-versa. Vai aí o alerta, consciência sempre, porque “ em água que tem piranha, o jacaré nada de costas”!!!

quarta-feira, 19 de maio de 2010



Num determinado momento, despertei para o fato de que agir em sintonia com o que se sente no coração é sempre a melhor escolha, mesmo que muitas vezes,o que sentimos ainda se apresente como uma intuição, já que esta nada mais é do que o sentimento de qual o caminho a seguir, sem o domínio da razão linear. Então, o grande desafio passou a ser : -Como compreender o que sinto no coração e o que é condicionamento de fora pra dentro? Lembrando que agir de forma condicionada nos dá a impressão de estarmos seguindo junto à correnteza, quando na verdade, tráta-se de uma correnteza forjada pelo meio externo, e que não nos permite despertar para o nosso real sentimento (velando-o). Portanto, tal felicidade é ilusória, velando a verdadeira felicidade, assim como a sombra projetada na parede da caverna de Platão criava um cenário ilusório, onde os moradores da caverna acreditavam estar inseridos, ilusão só perceptível ao romper os limites da caverna e enxergar o brilho do Sol, com os próprios olhos. E mesmo assim, ao voltar à caverna e contar tal estória, os moradores da caverna iludidos, continuarão a acreditar que o seu mundo é que reflete a realidade. Este sentimento de seguir com o coração, encontra amparo na árvore da vida da tradição judaica (Cabalah), onde, a partir do mental e do emocional o Ser passa a se despir de influências externas adentrando ao espaço do Eu superior que pressupõe persistência com coragem e amor, deixando que a intuição assuma o controle da situação. Assim, de um lado a compreensão tráz a virtude de se aplicar a própria genialidade absorvida numa determinada situação, e do outro, a sabedoria, utiliza a intuição para assumirmos a própria genialidade, operacionalizando o feeling, o que nos conduz à plenitude do Ser.

terça-feira, 11 de maio de 2010





Quando dizemos "há um motivo para algo estar acontecendo", não se trata de algo pré-destinado de fora pra dentro, mas algo em que nosso próprio inconsciente busca meios para trazer à luz da consciência. Carl G. Jung dedicou sua vida para nos apresentar suas constatações sobre este assunto. "O que guardamos no inconsciente produz em algum momento, a possibilidade de vivenciarmos o que necessitamos aprender, através de nosso livre-arbítrio" ....E parte do trabalho do inconsciente é processado durante a noite, qdo nos livramos da mente em vigília (ou seja, “in off”). Assim, em determinada fase do sono, sonhamos simbolicamente, ou seja, o inconsciente mostra para o consciente o que precisamos saber, só que não somos educados a compreender esta linguagem, não anotamos nossos sonhos, ...e ao acordar, com o despertar, perdemos o que poderia ser a chave para um sentimento sobre um assunto do momento. O inconsciente nas fases do sono possui muitas capacidades, sendo uma delas prever e observar o que será atraído para o nosso aprendizado, trabalhar nossa memória, ...e muitas vezes, passamos por uma determinada situação e temos certeza de já ter passado por aquilo (De javú), sim...o inconsciente já havia programado.... com os elementos que fomos colocando nele: anseios, aflições, dúvidas, frustrações, e por aí vai....portanto, o motivo de algo acontecer, já se encontra em nosso inconsciente, muito antes de se manifestar em nossa vida, mas não percebemos. Neste sentido, podemos notar que a condição de estar inconsciente, ou seja, de não estar à luz das vistas(in off), ganha um significado muito especial, para a reformulação de si mesmo(a), à medida em que opcionalmente, pelo livre-arbítrio, pode-se mostrar para o mundo externo algo em que estamos trabalhando na vida, ou nossa própria conduta e comportamento, enquanto, o que realmente somos, se já consciente ou se ainda não consciente, com ações puramente impulsivas, fica velado. Encontramos muitos tipos de pessoas em nossos caminhos pela vivência, algumas conscientes deste mecanismo mostram para o mundo externo a imagem que melhor lhe convém, mas sabem que não são aquela imagem, e no subterrâneo de sua personalidade, nas sombras, trabalham para o que sabem que realmente são, almejam e anseiam, o que gera a vontade de suas ações. Há também as que conscientes do que são, expressam sua imagem, assim como, sua essência, exatamente como sentem que são, para o meio externo. Outras, inconscientes deste mecanismo, apenas vivem a vida e seguem. Individualmente, nossa natureza possui este processo de forma natural, onde os elementos que ainda precisamos trabalhar em nós, possam ser revistos e as situações possam ser atraídas, afim de expandir nossa consciência sobre determinado assunto ainda pendente de compreensão tanto mental quanto emocional. Livre de julgamentos morais, a vida se desenrola simples e naturalmente. Num ir e vir constante, enquanto vamos elucidando os nossos mais profundos anseios, mas sabiamente, há um espaço em que se trabalha em privacidade (in off), onde não podemos encobrir, ...laboratório do indivíduo para sua própria remodelação.
“Podemos conscientemente encobrir tudo o que somos aos olhos alheios, mas não podemos encobrir o que somos de nós mesmos”