sábado, 11 de setembro de 2010
O ator é quem possui vida, não os personagens...
A identificação com personagens e cenários (situações) que vivemos é a grande mola propulsora à busca incessante de algo ilusoriamente fora de nós mesmos, embora dentro do senso de "quem somos".É o que vela a nossa capacidade de entregar-nos ao momento que se apresenta naturalmente, à medida em que, na ânsia de nos sentirmos completos (felizes enfim) idealizamos "eus e situações" ideais aos quais buscamos, em vão. É como se o ator e a atriz sempre estivessem identificados e apegados com seus personagens, vivendo sem despertar para o fato de serem eles próprios quem dão vida a eles, e que portanto, não são eles.Assim, ilusoriamente abrimos mão de vivermos "quem somos", para viver a vida dos personagens criados, que sobrepõem a vida do ator, que portanto, tem sua energia drenada por estes personagens, afinal, ganham mais importância e atenção do que o "ser" ator. Sendo assim, a mãe e o pai, o filho e a filha, a esposa e o marido, os amantes, o profissional disso ou daquilo, o modo de ser desta ou de outra forma, o status social assim ou assado, , entre outros, são personagens que cada um de nós, atores e atrizes que somos, damos vida e nos identificamos, ...nos apegamos. Interagir com todos estes papéis na vida prática é normal e saudável para o nosso "desenvolvimento" enquanto Ser humano, mas a identificação com eles, velando o ator que os interpreta é que nos causa a impressão de separação da felicidade, ...de que a felicidade é algo de que precisamos estar em busca constante. O ator é quem observa todos os papéis e cenários (situações) geradas em função de sua interpretação, não havendo nada a buscar em cada personagem ou cenário. O ator é quem possui vida e energiza os personagens, não o inverso, sendo assim já é completo em sí mesmo.
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