sábado, 24 de maio de 2014

A mensagem da Tradição esotérica

As Tradições sobrevivem ao passar do tempo pela transmissão de seus ensinamentos aos seus simpatizantes, e com a tradição esotérica ocorre o mesmo. Na antiguidade formaram escolas de mistérios onde quem possuía aptidão para enxergar e compreender o simbolismo oculto nas palavras e escrituras eram iniciados em estudos mais profundos do saber. Assim, hoje em dia com a abertura do conhecimento à população, estudado e difundido por grandes nomes da filosofia e psicologia contemporânea, como Platão, Freud e Jung, é possível se ter acesso a  muitos símbolos estudados e compreendidos outrora, mas assim mesmo, apenas quem "tiver olhos para enxergar" o que está por trás das palavras e escrituras poderá desenvolver a síntese da mensagem esotérica. Deste modo, destaquemos por exemplo a "energia vital", chamada mais tarde por Freud de Libido, e através da simbologia contida nas escrituras, teremos a descrição de sua origem no ceio da humanidade, através do "pecado original". Para tanto, vejamos a etmologia da palavra ELOHIM, que significa "elevado", no sentido de "uno ao divino", de onde se origina a concepção do "anjo" muito utilizada em nossos dias.

EL => Deus em hebraico, sentido masculino;  ELOAH,  a forma feminina do mesmo radical EL, significa Deusa;

ELOHIN é o plural e por isso significa Deuses e Deusas (masculino e feminino), o que sugere um Ser elevado andrógeno ou que contém energia masculina e feminina; No Hinduismo isto se reflete no Deus Shiva.

 Nas escrituras, o anjo (uno ao divino) que dirigiu a criação chamava-se Jehovah, um outro nome para "Deus", formado por 4 letras hebraicas: Iod, He, Vau, He;
Iod pode ser traduzido como "masculino" ou "falo" ; Heva ou Heve pode ser traduzido como "feminino", "mãe", ou "útero"; Assim sendo, mesmo o nome Jeovah contém a força das energias masculina e feminina contida em sua origem. Ora, Elohim, o anjo Jehovah, formou o homem à sua própria imagem, e portanto, munido das energias masculina e feminina.
Contam as escrituras que o anjo plantou um jardim no Éden, que significa: Paraíso de perfeição ou energia pura (Ser), ao lado Leste e lá colocou o homem que havia formado. Cabe destacar que, nunca existiu no mundo manifesto tridimensional um local físico denominado Éden, ou seja, geograficamente havia um lugar físico localizado na mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, onde foi criada uma escola de Mistérios com este nome, fundada por Caldeus, mas não se refere ao Jardim do Éden do Gênesis. Por reflexo de Deus (Ser de energia pura) a humanidade personificou as sete virtudes da alma: Altruismo, ação reta, castidade, humildade, amor, Felicidade pelo próximo e temperança.
A Tradição esotérica nos chama a atenção para a existência de sete dimensões principais, representadas pela escada de Jacó, sendo que a quarta dimensão seria o espaço da energia vital, e portanto um nível sutil da existência, local onde simbolicamente Adão(energia masculina) foi inserido, por isso a antropologia não tem provas da existência de Adão que representa ainda a origem da humanidade. Eva (energia feminina) teria surgido, portanto, pela elevação espiritual de Adão,  ocorrendo a separação para que pudessem se conhecer mutuamente, gerando a energia vital posteriormente, com sua união. Sendo que desde aquele tempo os dois buscam a união perdida (Adão=energia masculina e Eva =energia feminina), razão da ânsia pela conexão sexual. Reparemos que durante a vida na terceira dimensão, ao se tornar independente e abandonar pai e mãe os filhos se unem ao sexo oposto dada a ânsia sexual.

No jardim do Éden brotaram da mesma raiz duas árvores: a árvore da vida e a árvore do conhecimento (do bem e do mal). A árvore da vida é um símbolo antigo de significado universal que aparece em várias culturas esotéricas, por exemplo, como a árvore que Moisés viu queimar no Monte Sinai, a árvore sob a qual Buda se iluminou, a árvore de Natal iluminada na tradição germânica, entre outros; No Judaismo, a ciência da árvore da vida é chamada : Kabbalah e simboliza a estrutura da alma e da criação. No sentido da alma, simbolizava que Adão (energia masculina) e Eva (energia feminina) gozavam do benefício de permanecerem na "Bem aventurança" com a consciência desperta, unos ao divino (energia pura), livres para comer dos seus frutos, ou seja, dos frutos da ciência divina: vida, sustento e sabedoria, com a raiz na dimensão da energia pura (reino superior da Kabbalah).A árvore do conhecimento (Gnosis do grego/ Daath do hebraico) era de mesma raíz, porém desta, Adão (energia masculina) e Eva (energia feminina) não podiam comer os frutos e se alimentar, pois simbolicamente isto representaria sua morte espiritual( perda da consciência da quarta dimensão). Portanto, até aquele momento, não havia permissão para se ter filhos por conta própria, o que simbolicamente ocorreria como resultado de comer os frutos da árvore do conhecimento. No entanto, nesta árvore havia  a presença de uma serpente, que simbolicamente representa a figura da "Tentação", e consequentemente tentados, como representantes da humanidade, Adão e Eva escolheram dar vazão ao desejo e procriar por conta própria. Os filhos representam os frutos da sexualidade. Ao aprender a procriar sem a orientação de um Ser elevado (Elohim) tomaram consciência do orgasmo, e portanto, da produção de energia (união da energia feminina com a masculina) para fins da criação da humanidade por conta própria, sendo que na perfeição ou dimensão de energia pura, ignoravam este conhecimento. Energia masculina + energia feminina  = energia vital, versão esotérica para o fundamento da trindade, ressaltada pelas religiões (Pai+filho=>espírito santo (Cristãos); Binah+Chokmah=>Kether (Judaico/Kabbalah); Vishnu+Shiva=>Brahma(Hindu); Osíris+Isis=>Órus (Egípcio)), ou seja, três que se expressam no UM, que para criar o UM se divide a si próprio (sua semelhança), em dois:  Masculino(Pai=Adão) + Feminino(Mãe=Eva) => Espírito puro (fogo fecundante de Deus).

Veja que na Índia, Shiva Shakti é o poder criador e destruidor;

Sendo assim, podemos perceber que segundo a tradição esotérica, o conhecimento que foi adquirido com a tentação e o desejo de provar do fruto proibido, foi a capacidade de gerar energia vital (força que aciona todos os níveis da existência) para a criação da humanidade por conta própria. Esta energia vital, posteriormente foi chamada por Freud de Libido.  No entanto, deste conhecimento surgiu uma outra questão: o desperdício do sêmen produzido pelo orgasmo, em função da união entre homem e mulher, desperdiça energia vital ou de criação de um Ser, ou seja, um orgasmo através do sexo, expulsa energia vital saboreando a energia divina que ilumina a alma, mas se utilizada apenas para sensações físicas, não alcançará o sublime fim da criação, e portanto, se tornará impuro. Simbolicamente, nas escrituras, quando Adão e Eva provaram da fruta proibida (orgasmo) para fins físicos, quebraram a regra que havia na quarta dimensão, cuja energia é pura, sem mácula, daí o termo "imaculada concepção". Como a energia sexual está conectada à energia vital, que sustenta o indivíduo com a saúde da psique e do corpo físico, seria importante que fosse utilizada eficientemente, afinal, mantém a vitalidade física e sutil que une a humanidade ao divino. Por outro lado, sem a energia sexual, através do desejo, a alma se atrofiaria, quebrando a conexão com Deus, portanto, ao expelir a energia, através do orgasmo, sem a concepção comprometemos a capacidade de conexão com a dimensão da energia pura em nós ou Deus. Considerando que o gatilho para a criação da humanidade, que sofre em busca da união da energia masculina e feminina perdida com a separação, como vimos, é o desejo, surgiu simbolicamente na Tradição esotérica a compreensão de que "o desejo sempre nos conduziria ao sofrimento". Desejo seria sinônimo de ambição, e isto é sofrimento,e esta é a mensagem da maioria das grandes religiões originadas pelo homem. Assim, desprovidos da energia pura, Adão e Eva acabam caindo da quarta dimensão (de energia pura) para a terceira dimensão, o que é simbolizado pela passagem nas escrituras onde são expulsos do Éden (Paraíso da quarta dimensão), indo vagar penosamente pelo sofrimento e ignorância (espiritual). Procriando por conta própria, Adão e Eva desequilibraram sua energia e estimularam a origem das sete virtudes invertidas, ou dos sete pecados capitais: Luxúria, Orgulho, Raiva/ódio, Preguiça, Gula, Ganância e Inveja. A alma imersa no Éden (quarta dimensão), representava a perfeição da energia vital, o Ser puro, sem mácula, mas na terceira dimensão, a alma se defrontou com um vazio existencial e o reflexo da busca por se tornar UNO á energia pura internamente, estimulou externamente a humanidade a criar as ideias, as civilizações, as religiões, o mundo material, e consequentemente, a desenvolver a mente na busca pela felicidade no meio em que vive, sobrepondo e distanciando-se cada vez mais da conexão com a energia pura interiormente (verdadeira felicidade), uma vez que esta já estaria dentro de nós, porém, agora, como uma faísca velada.  Sendo assim, considerando que a tentação na terceira dimensão se da pelo prazer material (serpente descendente), para a conexão com a energia pura(verdadeira felicidade), torna-se necessário estimular a força de vontade no sentido positivo (serpente ascendente), que pressupõe a consciência do aspecto ilusório da mente, no sentido de busca da felicidade através do meio externo, enquanto se experiencia a vida.

domingo, 4 de maio de 2014

Perspectivas pós eleição presidencial, no Brasil



(SÍNTESE - últimos dois anos )



ANO....PIB(R$).....DÍV PÚB (R$)....... AMORT/JUROS/D+(R$).......SUP P.(R$)                       ......................INTERNA....EXTERNA..TOTAL.........................................................................

2012...4,4TRI...1,91TRI .....91,2BI ...2,00 TRI..618,88BI/134,53BI......88,5 BI (2,01% DO PIB)..........

2013...4,84TRI.1,95TRI ..160,28BI ..2,12 TRI ..784,40BI/249BI..........77,0 BI (1,60% DO PIB)..........

2014...................................................................................................99,0 BI (1,90% DO PIB)*

*META PREVISTA

ORÇAMENTO PREVISTO PARA 2013=> R$2.250,90 (TRI)


CERCA DE 42% DO ORÇAMENTO FOI DESTINADO EM 2013 PELO GOVERNO FEDERAL PARA PAGAMENTO DE AMORTIZAÇÕES, OUTRAS PROGRAMAÇÕES DE DÍVIDAS E JUROS DA DÍVIDA PÚBLICA(EM 2012 FOI 43,98%), SENDO 5% APENAS PARA JUROS; COMO O VALOR DESTINADO PARA O PAGAMENTO DOS JUROS (SUPERÁVIT PRIMÁRIO) NÃO ALCANÇA O VALOR  EQUIVALENTE AOS JUROS DEVIDOS, EM FUNÇÃO DA DÍVIDA, O GOVERNO PAGA UMA PARTE E A OUTRA ROLA A DÍVIDA NO MERCADO DE TÍTULOS, PAGANDO CARO (COM SPREAD) PELA ALTA DOS JUROS E EMITINDO TÍTULOS PARA PAGAMENTO A POSTERIORE (SOBERANOS), O QUE AUMENTA A DÍVIDA PÚBLICA (PAPÉIS PRÉ-FIXADOS=43,3%; TÍTULOS ATRELADOS A TAXA SELIC (PAPÉIS PÓS FIXADOS) = 11,35%; PAPÉIS ATRELADOS AOS ÍNDICES DE INFLAÇÃO= 36,14%; PAPÉIS ATRELADOS A VARIAÇÃO DA TX DE CÂMBIO=9,22%; EMISSÃO DE TÍTULOS DE SWAP CAMBIAL PELO BANCO CENTRAL PARA EVITAR  A DESVALORIZAÇÃO DO REAL OU A VALORIZAÇÃO DA MOEDA AMERICANA)



O SUPERAVIT (ESFORÇO PARA PAGAR OS JUROS DA DÍVIDA) SÓ É POSSÍVEL SE O QUE OS GOVERNOS(FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL) ARRECADAREM COM impostos e itens extraordinários (como receita de privatizações e concessões) for bem administrado e o gasto for enxuto.



A família Brasil hoje, é como a família que poderia ter comprado uma casa, com suas economias no final do mês, e no entanto, gasta a revelia, incorporando às suas despesas, pagamento de parcelas de empréstimos a altas de taxas de juros (no caso do Brasil em forma de Títulos), que portanto, farão parte das despesas gerais, inviabilizando o crescimento sustentável e a compra da casa, (no caso do Brasil: infra-estrutura = modernização de portos, rodovias, ferrovias, hidrovias, EDUCAÇÃO, etc) já que o que sobra, mal da para pagar os juros dos empréstimos. Assim, rola a dívida (faz mais empréstimos) ficando sem ter poupança para investir e comprar a casa, que quando quitada se tornaria um benefício para a família, agregando valor ao patrimônio e diminuindo os custos.

As bases macroeconômicas e o risco do descontrole

FHC quando entregou a economia do Brasil saneada ao governo Lula, o fez estabilizando-a através de bases macroeconômicas: Controle do déficit público (arrecadação do governo x gastos públicos, com a criação da lei de responsabilidade fiscal dos estados com o governo federal, e quando há déficit, gera a emissão de títulos públicos que atraem investidores, ja que há proibição por lei para injeção de moeda por emissão pelo Banco Central (investimentos diretos e investidores especulativos) o que ajuda a cobrir o rombo pelo déficit mas aumenta a dívida pública); Política de câmbio flutuante(possibilitando que o fluxo de investimentos  de capital externo no mercado o regule, propiciando a valorização do Real, com a entrada/injeção de capital ou vice-versa (o que se reflete na  exportação maior ou menor de produtos, conforme o câmbio).  A injeção de dinheiro no mercado hoje também é feita via estímulos de demanda com redução de IPI, etc, mas carece de um controle da tx de juros, pois gera inflação); Superávit da conta corrente (Exportações maiores que as importações do país ,que  faz o governo ter mais dólares para pagar a dívida externa);

No contexto daquela época, estas bases estabilizaram a economia reduzindo a inflação, que passou a ser administrada por metas, e possibilitavam que fossem feitos investimentos em infra -estrutura para que com a estabilidade econômica o país pudesse colher em mais alguns anos, os frutos deste trabalho de estímulo à produção da indústria e com a possibilidade de escoamento fácil da produção, dada a maior capacidade industrial; no campo, pela maior capacidade de exportação da produção, e nos serviços, pelo grande estímulo ao empreendedorismo, afim de que o Brasil pudesse aumentar o ganho também pelo resultado com trabalho e consequentemente, aumento do PIB (Produto Interno Bruto), possibilitando inclusive que fossem feitas as reformas política, fiscal e tributária. Só que o governo petista, surfou na bonança que foi em função do crescimento da economia chinesa e das crises americanas e européia (que possibilitou superávit comercial, já que de 2004 a 2011 com a alta do preço no mercado internacional das commodities que o Brasil exporta = soja, café, laranja, etc só para ficar com algumas agrícolas, e a entrada de grande volume de capital externo durante este período, atraído pelas nossas taxas de juros  ajudaram a financiar a demanda interna), adotando uma política de acordos políticos num toma lá da cá de cargos e verbas, assistencialismos, elevando a dívida pública (interna+externa) e medidas políticas e eleitoreiras para se perpetuar no poder e não fez a lição de casa que já era urgente há 13 anos atrás, então vamos ter que sofrer as consequências, pois agora a China puxou o freio na sua economia e os EUA estão saindo da crise, diminuindo o fluxo de dólares no mercado internacional para atrair investidores (aqueles que estavam investindo no Brasil).

No final do governo atual, o que estamos assistindo para piorar o quadro da estabilidade econômica conquistada a duras penas é uma jogada no tabuleiro equivocada, já que ao decidir não reajustar os preços  administrados pelo governo (que é o caso da gasolina e energia elétrica), bem como a tarifa de transporte público, em função das pressões em manifestações sociais do ano passado, represa a inflação tentando mantê-la dentro da expectativa (meta) para fins de imagem com a opinião pública, num sentido eleitoreiro , o que gerará a necessidade de no próximo ano realizar um forte reajuste nestes preços.  Sem contar que descontrola a inflação, que maquiada não reflete a verdade na política do sistema de preços. Pra se ter uma ideia, se fôssemos considerar os aumentos da energia elétrica, combustível e das passagens de transporte público (Já necessários), a inflação já estaria acima de 7% ao ano.

De 2015 em diante, independente do governo que assuma, devemos começar a sentir os efeitos de uma década do governo petista, cuja grande contribuição é distribuir mais renda à população de baixa renda (só não se sabe até quando, sem estrutura para que as indústrias possam gerar empregos, já que os custos trabalhistas e logísticos continuam aumentando, assim como a inflação).



"A maioria dos economistas presentes na reunião do IEDi (Instituto Teotônio Vilela) em 2006, embora pertencendo a escolas diversas e tendo participado de diferentes governos, parece convencida de que o tripé composto por câmbio flutuantemetas da inflação eLei de Responsabilidade Fiscal é o mecanismo mais adequado para enfrentar os desafios da sustentação do crescimento e da estabilidade num mundo globalizado." (Fernando Henrique Cardoso)

É na prática que uma ideologia é testada

Vem bem a calhar a situação atual da economia no tocante à concepção da política de preços, já que o partido que elegeu a atual presidente no Brasil sempre atacou outros partidos, com base numa ideologia que visa o estado ter autonomia de intervir e administrar preços, controlando-os conforme sua necessidade. Chamando quem defendesse a concepção da política de formação dos preços, de acordo com o mercado, de neoliberal. Ou seja, ao assumir uma ideologia e adotar posturas e atitudes que já sabia-se a, pelo menos uma década, que estavam defasadas, com base na experiência econômica mundial, e começando a colher maus resultados, o governo começa a rever sua postura e iniciar o ajuste de alguns preços controlados, em função de sua intervenção, para acompanhar o mercado, se não quiser aumentar o estrago que sua crença atrasada causou. Um aprendizado que será cada vez mais dolorido para o trabalhador, que para variar, terá que pagar a conta, e de uma vez ou em doses amargas, já que em alguns setores os mesmos foram controlados para tentar segurar a crescente inflação, principalmente num ano de eleição presidencial. É a vida prática ensinando que nem sempre ideologias adotadas, em função de ser de tendência esquerda ou direita são acertadas, frente ao que se tem que fazer de fato para manter a economia de um país saudável. O melhor exemplo prático é o que vem ocorrendo com o setor elétrico no Brasil. Em 2012, quando a presidente definiu uma redução de 20% das tarifas de energia elétrica (MP 605/2013),com um grande alarde nas mídias, imaginou que como a maioria das concessões das hidrelétricas estariam para vencer, com esta redução naquele momento, a renovação só seria admitida com a redução das tarifas imposta pelo governo, só que algumas geradoras de energia não aceitaram a regra e foram vender seus quilowatts no mercado livre (spot). Ao chegar a seca, consequentemente a queda dos reservatórios de água e a necessidade de acionar usinas termoelétricas, que hoje são responsáveis por um terço da oferta de energia elétrica no Brasil, o resultado foi que os preços da energia elétrica explodiram porque com a saída daquelas geradoras, a oferta ficou menor do que a demanda. Isso ocorre porque, embora os preços de um produto sejam compostos pelos seus respectivos custos de produção, a regra de oferta e demanda(procura) se sobrepõe na formação de preços de qualquer produto, em qualquer mercado. Basta verificar em nossa geladeira o preço do tomate, entre outros, como subiu e se regulou, em função da escassez no mercado, em função dos problemas na ocasião da plantação/colheita. Este raciocínio se aplicará também aos combustíveis que também estão sendo administrados, entre outros produtos. O reajuste de 15% a 30% nas tarifas ao consumidor para a energia elétrica, autorizados recentemente pelo governo,  deve-se apenas a defasagem de custos passados, e portanto, implicarão em novos reajustes, o que também deverá ocorrer em breve com os combustíveis, e consequentemente, com as tarifas de transporte, congeladas desde as manifestações (não é só por R$0,20), elevando num curto espaço de tempo a inflação a dois dígitos. No setor elétrico, tabelou-se inclusive a Taxa Interna de Retorno dos Investimentos (Margem de lucro), fixado para as novas concessões de energia. E desta forma observamos que foi fácil atacar os outros partidos e profissionais, de maneira a ganhar a simpatia do eleitor, criando frases prontas para ludibriar o trabalhador leigo no assunto, quando na verdade "aqueles" tiveram que adotar medidas, muitas vezes impopulares, respeitando todo este estado de coisas, para manter a economia sobre equilíbrio, que pelo andar da carruagem, já se perdeu.  Aprendizado para o trabalhador brasileiro, que talvez nem esteja se dando conta da situação em que o país se encontra, preocupado e focado em tentar pagar as contas no dia de receber o salário, que será cada vez menor, com a volta da inflação.

Perspectivas da Balança Comercial

Com a Inflação crescendo (mesmo que mascarada), Superavit primário com dificuldade dado os excessivos gastos do governo, é bom dar uma olhada na balança comercial, para avaliar as perspectivas a médio/longo prazo, com relação à possibilidade de queda do superavit, e considerando que o estado de São Paulo representa 40% das exportações da federação, olhando como estão as exportações de suas regiões, podemos perceber que, no tocante aos automóveis (produto manufaturado) em função de decisões do governo federal, com relação ao estímulo do MERCOSUL, o Brasil acabou reduzindo mercados como o dos EUA para focar mais a Argentina na América do Sul, assim como, ocorre também com os calçados, só que a Argentina passa por uma profunda crise e reduziu quase a zero a importação de veículos. Mas, o Brasil exporta muitos outros produtos, como Soja, açucar, suco de laranja, aviões, entre outros (commodities), principalmente para os EUA e China, o que acaba contrabalançando com a crise no setor automotivo, embora a crise sinalize redução do superavit nos próximos meses. Recentemente verificou-se que o setor do agronegócio é quem está puxando as exportações e que no setor automobilístico seria importante rever a política de exportação quase que exclusivamente com destino para a Argentina, voltando a focar os mercados dos EUA , e tentando prospectar novas regiões. Só que uma mudança de política junto às indústrias automobilísticas, para tornar o país um pólo exportador, como havia sido planejado com a estabilização da moeda, demanda um tempo em torno de cinco anos para surtir efeito. Abaixo um vídeo que mostra quais produtos e quais regiões do estado de São Paulo são responsáveis por sua produção. Detalhando o que são commodities, produtos básicos, semi-manufaturados e manufaturados!