Hoje, com o avanço da tecnologia e da astronomia, sabemos que, na verdade, o fato da "luz" do dia torna-lo maior ou menor é resultado do movimento de rotação, da inclinação do eixo e da translação do planeta em torno do Sol, de forma cíclica. Na natureza, na verdade, tudo está no seu lugar certo, no tempo certo, sendo que luz e trevas(sombra) se complementam dentro da estrutura de existência do planeta Terra. Sendo a questão do "Bom" ou "ruim" relativa, afinal, depende do referencial utilizado como divisor entre o que venha a ser bom ou ruim. (Abaixo as estações do ano, do ponto de vista do hemisfério Sul, isto porque do ponto de vista do hemisfério Norte, elas se invertem, como pode ser observado pela forma que a luz do Sol banha o planeta Terra, de acordo com sua posição na eclíptica)
Mas a noção de 'arco' , 'ângulo' e 'grau' permaneceu, mesmo após constatar-se que na verdade é o planeta que gira em torno do Sol, e não ao contrário, como acreditava-se anteriormente às civilizações Sumérias e Egípcias. Em torno do ano 4000 a.C., quando egípcios e árabes tentavam elaborar um calendário, acreditava-se ainda que o Sol girava em torno da Terra numa órbita que levava 360 dias para completar uma volta. Desse modo, imaginava-se que a cada dia o Sol percorria uma parcela dessa órbita, ou seja, um arco de circunferência de sua órbita.
A esse arco fazia-se corresponder um ângulo cujo vértice era o centro da Terra e cujos lados passavam pelas extremidades de tal arco. Assim, esse ângulo passou a ser uma unidade de medida e foi posteriormente chamado de grau ou ângulo de um grau. Logo, para os antigos egípcios e árabes, o grau era a medida do arco que o Sol percorria em torno da Terra durante um dia. Posteriormente, constatou-se que é a Terra que gira em torno do Sol, porém manteve-se a tradição e convencionou-se dizer que o arco de circunferência mede um grau quando corresponde a 1/360 dessa circunferência.
Para ficar mais claro, imagine as civilizações antigas trazerem de tradição em tradição até mais ou menos 180 a 125 a. C., o conhecimento de que a eclíptica formava o desenho imaginário de uma circunferência, conhecimento que vinha desde a civilização Suméria e chegava até à civilização que se formou na Babilônia. Só que isso, no contexto da base matemática da época, que era Duodecimal (base 12 ) e sexagesimal (base 60) pela facilidade de divisores para o número 60, da observação de que na natureza, em metade do tempo vivido há sombra e na outra metade há luz, e da observação de que o planeta produz esta sombra e esta luz, em função do seu movimento rotacional sobre seu próprio eixo enquanto gira em torno do Sol. Na Babilônia (Mesopotâmia) até 539 a.C. já se dividia o dia em 12 partes, para a sombra e 12 partes para a Luz, formando as 24 partes, que depois seriam chamadas de horas. Bem, não demorou muito para que, em função da difusão do conhecimento astronômico Babilônico com as conquistas de Alexandre "o Grande" até 324 a.C., um grego, séculos depois, racionalizasse este movimento na natureza, já que a Grécia era uma civilização que se destacava na filosofia e na matemática (já de base decimal), mas ainda muito influenciada pela base sexagesimal (egípcia). E após a observação de Eratóstenes de que o planeta é redondo, foi assim que Hiparco, matemático que viveu entre 180 a 125 a.C., resolveu adaptar e ratificar a divisão deste desenho da circunferência em minúsculos arcos, que chamou de 1 grau cada, formalizando que a circunferência imaginada no céu, e portanto, toda circunferência, como o próprio planeta, possuía simbolicamente 360 arcos de 1 grau, ou, 360 graus, como conhecemos hoje, utilizando este conhecimento para determinar a latitude e a longitude do globo terrestre. Já mais tarde, no Império Romano, Ptolomeu de Alexandria, trouxe-nos o conhecimento da divisão de cada arco de 1 grau das coordenadas, por 60, e chamou cada pequena parte destas de arco de 1 minuto(1'), subdividindo ainda o arco de cada minuto por 60 e chamando o resultado de arco de 1 segundo(1"). A divisão da circunferência em graus, portanto, criou a unidade de medida do arco de um ângulo na circunferência, pois um ângulo de arco 1 seria de 1 grau, e assim, sucessivamente, desde que o centro da circunferência fosse o seu vértice.
Se tinham a duração aproximada do tempo de rotação, que equivale à 24 partes, hoje 24 horas, sabiam que como o planeta gira e deixa uma metade na luz e a outra na sombra, deveriam haver horários diferentes entre os países do globo, e estimavam que o ano durava aproximadamente o equivalente a 360 graus (Circunferência), dividindo 360 graus por 24 horas, resultaria em 15 graus (de espaço percorrido) : tamanho que determinaria cada faixa de longitude . Se cada hora equivalia a 60' , cada grau deveria ser equivalente a 4', pois assim, cada faixa (fuso) demoraria o equivalente a 1 hora (15 graus x 4' = 60 ') para ser percorrido. Posteriormente a ideia de padronizar o tempo do mundo, utilizando um ponto zero (meridiano de Greenwich), gerou a possibilidade de divisão do globo terrestre em duas partes longitudinais de 180 graus cada: à Leste e à Oeste, a partir do ponto zero, totalizando 360 graus, bem como, considerou ainda que a rotação do planeta ocorre de Oeste para Leste, ou seja, na parte Leste, a partir do ponto zero, as horas deveriam ser adiantadas e na parte Oeste, a partir do ponto zero, as horas deveriam ser atrasadas, a cada faixa ou fuso, equivalente de 1 hora. Assim, uma pessoa que estivesse em Greenwich ao meio dia, estaria 3 horas a menos de quem estivesse após 3 fusos para Leste do Globo e 3 horas a mais de quem estivesse após 3 fusos à oeste do Globo, já que o mundo gira para o sentido Leste. Isso explica, por exemplo, porque o Japão possui horas adiantadas ( na frente) em relação ao Brasil. Portanto, o horário, no sentido Leste, aumenta 1 hora, a cada fuso, e no sentido Oeste , diminui 1 hora, a cada fuso.
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