quarta-feira, 18 de julho de 2018

Da geometria sagrada ao número

O referencial de que o micro contêm o macro em sua substância, integrando-se, sempre permeou culturas de povos antigos, tendo influenciado na antiguidade a arquitetura (sobretudo de templos, na criação de projetos que propusessem a mesma forma da natureza se manifestar = sistema holográfico = cada parte parece uma representação em miniatura do todo) e a visão do mundo, entre muitas outras coisas, já que foram reflexo do desenvolvimento do conhecimento racional em função do número (1,2,3,4,5,6,7,8,9) que trás em síntese o mesmo princípio (1+1=2, 1+1+1=3...) ajudando a desenvolver a geometria, muito utilizada nas construções; Neste sentido, muitos templos Hindus expressam simbolicamente a busca pela libertação espiritual (Moksha=libertação do ciclo de renascimentos e mortes) no sentido da realização da unidade. Se realizo a natureza do Ser na unidade, tomo consciência do que é ilusório (impermanente=nasce e morre) e consequentemente, o que Sou (o que é permanente=não morre); Elo entre o homem e a "divindade". Porém, como ocorre com cada um, ao tornar-se algo a se desenvolver no campo da razão (Penso, logo existo) este referencial deu lugar ao raciocínio lógico, e, a não ser que tenhamos acesso através das tradições dos povos, está sobreposto pelos temas ligados à sobrevivência no dia a dia (ações objetivas).( Foto:Templo Virupaksha, em Hampi - capital do império Vijayanagara - Karnataka - Índia/ sec:XIV a XVI)/.


O desenho da circunferência sempre atraiu o homem desde a antiguidade, afinal ao olhar para o céu e acompanhar o movimento aparente do Sol através do Zodíaco tudo parecia indicar a ideia de círculo, ciclos e derivados...                Mas daí para se criar um símbolo que representasse um novo tempo cíclico, inserido na eternidade de um novo sistema, nada mais indicado para o homem que viveu, por exemplo na babilônia ou no Egito, quiçá em Atlântida, do que a própria circunferência, como a alegoria de um Dragão ou uma Serpente mordendo a sua própria calda. (Foto: Ouroboros)


De forma simples, apenas utilizando um compasso e uma régua, a Tradição egípcia, através da Geometria sagrada, conseguia demonstrar todo o gênese, tanto Macro como Microcosmicamente (Cosmogênese), o que foi inserido na Escritura Judaica (Antigo Testamento) como : "Gênesis", de forma que fosse inteligível ao homem comum compreender o profundo e transcendente processo."Também geometricamente se configuram os Três Logos Planetários como constituintes dos Três Aspectos do Logos Único e Criador do Universo, devido à relação entre o número de compartimentos gerados pela intersecção dos círculos repercutir no número de círculos gerados na fase seguinte. A atomização imprimirá na Matéria a Lei séptula do Terceiro Logos, caracterizado pelo seu Terceiro Aspecto (Atividade Inteligente), em sete unidades fundamentais (sete círculos intersectados entre si), com o átomo primordial (Adi) resultando geometricamente na belíssima figura da Flor da Vida ou de Ouro, matriz dos Sete Planos Cósmicos. Segundo a Sabedoria Divina, esses Sete Planos Cósmicos gerados a partir da unidade fundamental, Adi, foram originados por seis Impulsos sucessivos, tal qual os seis Dias da Criação descritos no Antigo Testamento, sendo que Deus repousou no sétimo (Gênesis 2: 2,3), fato assinalado na cultura judaica como o “dia do descanso”, o Sabat, que constitui o sábado como o sétimo dia da semana. Através desses seis Impulsos foram gerados os Planos: Anupadaka, Atmã, Budhi, Mental, Astral e Físico. Também nisso a criação dos Planos Cósmicos respeita a mesma regra geométrica anteriormente descrita, como a única capaz de justificar a interpenetração existente entre os Planos. Assim, o 1.º círculo representativo de Adi unir-se-á, na forma da mística Flor da Vida, com o 7.º círculo (tal como Deus repousa no sétimo dia, unindo-se com a sua Criação), desta maneira indo unir-se o Princípio com o Fim, o Alfa com o Ômega, a Unidade com a Diversidade, o Todo com o Tudo (UM)." Hoje, com boas práticas e vivências, sabemos que "apenas ser" é o exercício que conecta e unifica a energia ao manifesto, ou seja, o todo com tudo (UM), não obstante a limitação do pensamento e consequentemente das emoções.

"devido à relação entre o número de compartimentos gerados pela intersecção dos círculos repercutir no número de círculos gerados na fase seguinte" => Desta observação, nasce nas tradições da antiguidade a ideia de padrão, e portanto, de número (1+1=2), podendo-se desenhar através da imaginação a tridimensionalidade espacial do nosso plano de vida manifesto: Ponto (sem espaço), Reta =altura/largura=> primeira manifestação da dimensão espaço, que evolui da superfície para o Tetraedro=profundidade (Comprimento/volume); Concluiu-se,portanto, que a dimensão manifesta-se por evolução progressiva em três graus contíguos.



Observando os números hoje, não temos a dimensão do que era não saber contar, como na pré-história, e mesmo estes símbolos acima eram restritos aos Sacerdotes e começaram a ser explorados, nas tradições Greco-egípcias, quando o número já se tornara concreto. Por volta do ano 4.000 a.C., algumas comunidades primitivas aprenderam a usar ferramentas e armas de bronze. Aldeias situadas às margens de rios transformaram-se em cidades. A vida ia ficando cada vez mais complexa. Novas atividades iam surgindo, graças sobretudo ao desenvolvimento do comércio. Os agricultores passaram a produzir alimentos em quantidades superiores às suas necessidades. Com isso algumas pessoas puderam se dedicar a outras atividades, tornando-se artesãos, comerciantes, sacerdotes, administradores. Como conseqüência desse desenvolvimento surgiu a escrita. Era o fim da Pré-História e o começo da História. Os grandes progressos que marcaram o fim da Pré-História verificaram-se com muita intensidade e rapidez no Egito. Todos ouvimos falar nas pirâmides do Egito. Para fazer os projetos de construção das pirâmides e dos templos, o número concreto não era nada prático. Ele também não ajudava muito na resolução dos difíceis problemas criados pelo desenvolvimento da indústria e do comércio. Como efetuar cálculos rápidos e precisos com pedras, nós ou riscos em um osso? Foi partindo dessa necessidade imediata que estudiosos do Antigo Egito passaram a representar a quantidade de objetos de uma coleção através de desenhos – os símbolos. A criação dos símbolos foi um passo muito importante para o desenvolvimento da Matemática. Na Pré-História, o homem juntava 3 bastões com 5 bastões para obter 8 bastões ( a representação do resultado da soma: 8). Hoje sabemos representar esta operação por meio de símbolos. 3 + 5 = 8. Muitas vezes não sabemos nem que objetos estamos somando. Mas isso não importa: a operação pode ser feita da mesma maneira. (Foto:1-Sistema de contagem na Mesopotâmia - base sexagesimal=60 e depois, 2-no Egito - transição para a base decimal=10)
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