Ao observar como os animais reagem às circunstâncias com que se deparam em sua vida, aprendemos muito sobre a postura de seguir o fluxo da vida sem identificação com "padrões pensamento/emoção", típicos do surgimento da imagem que pretendemos passar ao grupo social em que estamos inseridos, ou seja, sem o apego a expectativas previamente criadas, ao longo do tempo desde a educação na infância. Para esta experiência, observo o comportamento de animais de estimação, e particularmente, focarei aqui a fase que uma gata encontrada na rua vive atualmente. Pense hipoteticamente se você tivesse perdido o lar onde morava, em função de ter sido abandonada por sua família, e ainda, estivesse para dar à luz. Seria um sofrimento, se pensar nas expectativas que criou sobre: crescer, estabelecer-se, prosperar individualmente, constituir família, possuir bens e status social, estabelecer laços de afeto com sua família e as demais, etc, não é mesmo? E se já tinha esta situação social, imagine sua família lhe rejeitando e lhe abandonando, simplesmente porque não queria assumir os seus filhos, em função de não ter condições para criá-los... Seria um sofrimento esta circunstância para um ser humano, e é por isso que existem leis para ampararem as mulheres que infelizmente passam por isso, onde seus filhos deverão ser tutelados pelo estado. No entanto, um animal, não obstante o sofrimento que esta situação poderia lhe gerar, passa por ela buscando tudo o que está ao seu alcance de forma prática, seguindo o fluxo da vida através dos acontecimentos, sem esboçar nenhum tipo de preocupação ou sofrimento, mesmo com todo o risco envolvido. Porquê? Ao sentir que uma determinada gata necessitava de nossa ajuda para dar à luz seus filhotes, a recolhi e amparei, com o objetivo de encaminhar seus filhotes para adoção, e minimizar o seu "sofrimento" com o abandono, neste momento. Após sentir de nossa família, nos primeiros contatos, que teria atenção e apoio, ela escolheu o lugar onde queria dar à luz(não interferimos), próximo de nossa casa, num lugar escondido, o que nos permitiu recolher os seus filhotes no momento certo para averiguar seu estado de saúde, bem como, da mãe; Seu comportamento em nenhum momento expressa o sofrimento de alguém que tenha sido abandonada nestas condições, mas ela aproveita cada momento para viver plenamente esta fase de sua vida e executa o trabalho de mãe com esplendor, mostrando-se grata. Em nenhum momento a sentimos triste. Porque? Minha observação me leva a pensar que isto ocorre porque ela apenas segue a vida de acordo como os acontecimentos vão se desenrolando, resolvendo de forma prática suas prioridades, de acordo com o seu instinto. Não há preocupação, pensamentos desnecessários, identificação com pensamentos ou emoções de sofrimento, expectativas, frustrações, apegos...ela apenas segue. Não há separação do tempo cotidiano, da eternidade, afinal, ela segue o fluxo da natureza, despertando ao nascimento do Sol, e portanto, realizando os seus afazeres durante o dia, e adormecendo à noite. Em breve, seus filhotes estarão desmamando e ela já vem se distanciando deles para entrega-los à sua própria vida, de forma que aprendam a ser independentes. A vida portanto, se torna prazerosa e simples, quando se segue o fluxo dos acontecimentos. Concordo que um ser humano possui maior complexidade mental, no entanto, em experiências como esta, fica claro que a nossa mente é poderosa, moldando e nos auxiliando sobremaneira na vida, mas por outro lado, com a consciência do que pode ser transcendido, para evitar identificação e apego demasiado, temos a chance de focar nossa energia no que realmente produz a alegria de viver.
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terça-feira, 18 de setembro de 2012
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
A raíz da necessidade de se mostrar o que não é
Se numa idade mais avançada o fundamento(lente/imagem) do que somos determina o que iremos materializar, sendo portanto, o efeito de uma causa que se iniciou anteriormente. Considerando que nascemos com uma mente limpa, sem identificações com nada e assim, sem nenhuma tendência a isso ou aquilo; Qual é a raíz ou causa da necessidade de mostrar aos outros(imagem) o que não somos? Sendo esta imagem que projetamos ao mundo, um "eu aparente" que é também chamado de "Ego", qual a sua raíz? Bom, para tomarmos consciência destes aspectos, é necessário lembrarmos mais uma vez, da importância da educação na infância, fase em que algumas rotinas criam moldes ou padrões pensamentos, que a criança, aos poucos, vai desenvolvendo no seio do lar, por conta de reforços nas atitudes observadas nos membros da família. Penso que a maioria de nós já deva ter escutado uma frase assim, dita por algum de nossos educadores, durante a infância : "Não faça isso! O que os outros vão pensar?". Agora se atrelarmos este "puchão de orelha" a um período em que na infância, de forma lúdica, começávamos a querer trabalhar alguma vocação nossa, começaremos a ter o contorno da raíz que cria a "necessidade na criança de mostrar aos outros uma imagem diferente da que sente que deveria mostrar". Ou seja, na prática, a família recebe uma visita, somos crianças e naquela fase de gostar de chamar a atenção, o que é normal numa determinada etapa de nossa formação; ... Todos estão sentados na sala conversando e através das brincadeiras, com os amiguinhos de nossa idade, começamos a mostrar para nossos pais (que conversam entre sí) um monte de piruetas, derrubando a mesa de centro da sala, enfim, uma bagunça, enquanto os pais tentam manter o foco no assunto. Lógico, queremos chamar a atenção para o que descobrimos ser uma possível tendência á uma determinada vocação! Mas de repente, nossa mãe ou pai levanta, nos chama na cozinha e solta um sonoro: "Não faça isso! O que nossos amigos vão pensar?" ...Bem, não é preciso dizer que é como jogar um balde de água fria no que a criança estava querendo expressar nas entrelinhas, então, ela volta para a sala, senta quieta no sofá, liga a tv, e perde todo o seu brilho. No entanto, aquela mensagem, repetida várias vezes, em muitas outras oportunidades, leva uma mensagem subliminar para a criança, mais ou menos assim : "Não importa que está querendo expressar o que vc é, neste momento, mostre que vc é diferente", ou seja, "mostre uma imagem de criança comportada (dentro dos moldes daquela família)". Outras mensagens subliminares que ficam implícitas, entre outras análogas: "o que vc aparenta vale mais do que o que vc faz quando é vc mesmo(a)", "o que vc é qdo é sí mesmo(a) é inferior ao padrão que queremos", e por analogia, da para tirar outras mensagens, que deixo para cada um subjetivamente. Pois o importante é compreender como a criança inconscientemente poderá fazer a leitura desta simples "bronca", e o que isto resultará posteriormente, até que ela "desperte" para este padrão criado desde a infância. Claro está que colocar o limite para a criança também entra nesta questão, o que deve ser observado na maneira de chamar a atenção da criança ao seu exagero, sem castrar o que ela quer expressar, e que muitas vezes, só encontra esta maneira de contato com os pais (simultaneamente), dada a correria do dia a dia.
Como ao criar uma imagem para mostrar aos outros, estamos criando um "eu aparente", futuramente poderemos acreditar que somos esta imagem e não o que somos verdadeiramente, reforçando ainda mais a projeção de uma imagem que não traduz a nossa natureza, e portanto, considero esta uma das raízes do ego, enquanto aquela necessidade da pessoa se impor pela imagem que representa, mas que nem sempre corresponde ao que é efetivamente. Lembrando que o ego faz parte do processo de nosso desenvolvimento, o que não faz parte é, a partir de um determinado momento, dissociar e reforçar uma imagem que não nos representa, apenas para causar uma impressão. No dia a dia, encontramos vários exemplos de pessoas que estão mais preocupadas em mostrar "algo que não são", por exemplo, quando alguém que "possui" um título, classe ou cargo qualquer precisa fazer o outro se sentir inferior, por não "ter" o mesmo status. Ao compreender o processo pelo qual podemos formar esta necessidade de imagem aparente, que posteriormente poderá derivar para a lente pela qual nos enxergaremos e com a qual iremos interagir no mundo e colher as consequências de nossas ações, tomamos consciência deste aspecto e temos a oportunidade de realizar uma reflexão subjetiva sobre nós mesmos e sobre a educação que queremos passar aos nossos filhos, contribuindo para que amadureçam ao seu tempo, tendo a vida como palco.
Como ao criar uma imagem para mostrar aos outros, estamos criando um "eu aparente", futuramente poderemos acreditar que somos esta imagem e não o que somos verdadeiramente, reforçando ainda mais a projeção de uma imagem que não traduz a nossa natureza, e portanto, considero esta uma das raízes do ego, enquanto aquela necessidade da pessoa se impor pela imagem que representa, mas que nem sempre corresponde ao que é efetivamente. Lembrando que o ego faz parte do processo de nosso desenvolvimento, o que não faz parte é, a partir de um determinado momento, dissociar e reforçar uma imagem que não nos representa, apenas para causar uma impressão. No dia a dia, encontramos vários exemplos de pessoas que estão mais preocupadas em mostrar "algo que não são", por exemplo, quando alguém que "possui" um título, classe ou cargo qualquer precisa fazer o outro se sentir inferior, por não "ter" o mesmo status. Ao compreender o processo pelo qual podemos formar esta necessidade de imagem aparente, que posteriormente poderá derivar para a lente pela qual nos enxergaremos e com a qual iremos interagir no mundo e colher as consequências de nossas ações, tomamos consciência deste aspecto e temos a oportunidade de realizar uma reflexão subjetiva sobre nós mesmos e sobre a educação que queremos passar aos nossos filhos, contribuindo para que amadureçam ao seu tempo, tendo a vida como palco.
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Num determinado momento percebemos porque a maioria das linhas filosóficas e tradições costumam simbolizar a imagem que passamos aos demais,... ligada ao mundo, no entanto, colocando o mundo ou plano físico como consequência desta imagem. O grande "x" da questão é que se necessito ostentar ser superior ao que sou, implícito está que me sinto inferior ao outro. Mas para efeito da manifestação no físico, o que importa é o "sentimento de inferioridade", pois é ele que vai reger a energia de atração magnética no relacionamento com o mundo. Tentar ser o que não se é gera praticamente todas as bengalas condicionais no nível do eu, como: inveja, orgulho, arrogância, entre tantas outras, ligadas à questão da crença de precisar passar uma imagem de ser maior do que se é porque acredita na superioridade do outro em relação a sí, muito provavelmente, com base também numa imagem projetada ou no que se está lendo com a própria lente. Portanto, tudo é como é desde o plano imanifesto, mas com o seu "eu psicológico", a persona filtra a energia da situação e a decodifica conforme o seu sentimento, imprimindo a sua leitura na manifestação do que sente. Assim, o mundo para a pessoa será um reflexo daquilo que ela sente, ou, de como ela foi condicionada a sentir. Observando a nossa própria imagem, aos poucos, é possível ir tomando consciência do que está implícito no que sentimos sobre nós mesmos, e se esta for resultado deste complexo de inferioridade, buscar tomar consciência de quais condicionamentos estão agindo para contribuir com a projeção desta imagem ilusória. E a partir desta consciência, desidentificar-se com os condicionamentos, e portanto, com o "eu psicológico" resultante deles.
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A árvore da vida, muito estudada na tradição judaica, através da Kabalah, é uma referência para este assunto. Yesod(9) = Fundação/imagem, simboliza a energia que vem se manifestando desde o primeiro princípio (Kether =1) e que neste ponto se recodifica através da lente (fundação=base/imagem) de cada persona, resultando em algo no mundo (Malkuth = 10). O triângulo formado pelos círculos 7-8-9 são conhecidos como o "triângulo astral", e é voltado com a ponta para baixo, já que se a energia da pessoa foca apenas a consciência do "eu psicológico" , o que será manifestado, em função do campo astral/magnético, parte deste "eu" para o mundo, ou seja, em função da leitura do sentimento deste "eu psicológico", que na psicologia é chamado de "eu inferior".
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A árvore da vida, muito estudada na tradição judaica, através da Kabalah, é uma referência para este assunto. Yesod(9) = Fundação/imagem, simboliza a energia que vem se manifestando desde o primeiro princípio (Kether =1) e que neste ponto se recodifica através da lente (fundação=base/imagem) de cada persona, resultando em algo no mundo (Malkuth = 10). O triângulo formado pelos círculos 7-8-9 são conhecidos como o "triângulo astral", e é voltado com a ponta para baixo, já que se a energia da pessoa foca apenas a consciência do "eu psicológico" , o que será manifestado, em função do campo astral/magnético, parte deste "eu" para o mundo, ou seja, em função da leitura do sentimento deste "eu psicológico", que na psicologia é chamado de "eu inferior".
terça-feira, 8 de maio de 2012
Agente vive escrevendo e se referindo às emoções e sentimentos como algo que acaba direcionando muitas de nossas atitudes no dia a dia, e que quando condicionadas, podem nos causar uma vida afastada de nossa verdadeira natureza. Mas o que vem a ser emoção e sentimento? Como elas surgem em meio a tanta informação movimentada pelo nosso cérebro? E, porque estariam ligadas à condução de nossas atitudes no dia a dia? Se a gente foca algumas emoções básicas, do tipo : medo, raiva, felicidade, surpresa, repugnância, e verifica algumas pesquisas de neurocientistas, vamos constatar que tendo aparecido desde os primeiros primatas, são consideradas, portanto, universais. Emoções, fruto de adaptações de indivíduos, em relação a sua sobrevivência no meio, originadas no sistema límbico. Fisiologicamente, todas as entradas sensoriais do corpo são enviadas para a amigdala e para o cortex, através do tálamo, ou seja, a amigdala aproxima duas estruturas no sistema limbico e o emocional funciona como filtro para as informações sensoriais, em especial: o medo. Em função do conteúdo emocional existente numa informação, a amígdala avalia e prioriza a entrada da informação, enviando imediatamente aos neurotransmissores sinais que vem de várias partes do cérebro (tais como hipotálamo) e do corpo (tais como coração) para agir. E, embora possa ocorrer um efeito de curto circuito no cérebro, em função do processamento mais lento por parte dos gânglios do neocortex em relação ao do trabalho da amigdala, tais informações sensoriais são enviadas também a outras partes do cérebro como gânglios basais e do neocortex, onde o conhecimento e a memória são acessados e incorporados na avaliação sensorial de entrada. Assim, esta combinação de fatores de produção com fatores de avaliação daquelas informações sensoriais atingem um nível de consciência e as emoções se tornam "sentimento". Podendo-se então concluir que emoções e sentimentos são distintos, uma vez que, enquanto as emoções são instintivas e autônomas, os sentimentos não, pois eles são conscientes e discriminatórios, sendo baseados na memória, no conhecimento e na autobiografia do indivíduo. Aqui, pegando uma carona com a emoção básica do medo, cabe ressaltar quando somos condicionados desde a infância por uma educação não muito consciente (até por falta de informação), a sentir medo e travar, sem buscar a solução para o desafio proposto, uma vez que, somos acostumados pelas pessoas a nossa volta a resolverem por nós os desafios, afinal com a constância que isto ocorre, a emoção básica, se tornará no sentimento: medo, e toda vez que nos depararmos com uma situação desafio, tenderemos a travar, até que sozinhos possamos aprender com as lições que a vida nos tráz. O que não ocorrerá com quem foi condicionado a resolver os desafios, não obstante a sensação (enquanto emoção) de medo. E assim, inúmeras emoções são tabuladas subjetivamente em cada um de nós, o que se refletirá no futuro, com a chegada da vida adulta e a necessidade de caminhar com as próprias pernas. Por outro lado, certa vez ouvi o Dr. Deepak Chopra comentar que perceber nossa reação emocional ao receber uma determinada informação, antes de que os pensamentos possam avalia-la, é a forma mais eficaz de interpretar o que realmente sentimos sobre aquilo, pois ainda não passou pela memória condicionada. Agora é possível compreender melhor o que ele disse, uma vez que já nascemos com mecanismos neurais apropriados para responder a estímulos sensoriais, sejam autônomos ou somáticos, o que se reflete em respostas corporais a cada emoção, mesmo quando somos ainda nenes. Estas respostas poderão ser chamadas de "Negativas": quando limitam o processamento de imagens e a eficiência do raciocínio, mas que permite o corpo a chamar a atenção para o objeto que está causando a emoção (Ex.: raiva); ou, "Positivas" : estados reforçados que geram rapidamente diversas imagens e raciocínio acelerados, não necessariamente eficientes ( a Felicidade por exemplo). Existem regiões específicas para avaliar, por exemplo, a ocorrência de um sorriso delineando claramente a diferença entre o verdadeiro ou emocional do de sentimento artificial. Ao longo da vida, aquilo que é objeto de nossa observação e vivência vai sendo percebido pelos sentidos, avaliado e marcado como "positivo" ou "negativo" para conteúdo emocional. Pois estas marcações podem ser feitas antes por scripts neurais ou scripts corporais associados ao objeto, geralmente baseados nas associações instintivas. Esses marcadores somáticos ou emocionais não tomam decisões, porém orientam as nossas decisões por ajudarem-nos a focar a atenção em determinados aspectos do ambiente, o que reforça a qualidade do raciocínio, e teoricamente a adequação de nossas respostas. Integrar corpo e mente significa portanto, conectar o corpo a suas emoções e sentimentos através da consciência, função natural do cérebro. Desta forma vamos despertar para o fato de que emoções inconscientes são criadas por estados físicos enquanto o sentimento consciente surge em função dos scripts ou mapas neurais que são baseados na repetição de estados no corpo em reação às emoções. Conclui-se ainda que sentimentos são cognitivos pois dependem de atividades e funções desenvolvidas dentro do cérebro e que este possui as emoções e sentimentos influenciando cada função, assim, conclui-se finalmente que a cognição não pode ser examinada sem o grupo das emoções. ( Isto foi especialmente verificado por António Damásio neurocientista português que observou o comportamento em pacientes com lesões no cortex pré-frontal, o que lhe permitiu concluir que, embora a capacidade intelectual deles se mantivesse intacta, eles apresentavam mudanças constantes no comportamento social, assim como, incapacidade de estabelecer e respeitar regras sociais. ) Sinto que, quando tratamos de assuntos sobre "despertar do condicionamento", em especial, estamos visando tomar consciência destes "sentimentos" formados desde a infância, afim de rever os scripts que os configuraram, visando perceber que este "eu" (psicológico) é formado em cima destes scripts frutos do meio, e portanto, que podem ser trabalhados e reconfigurados de forma que possamos integrar corpo e mente, agindo em função do que naturalmente sentimos, através das emoções.
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quarta-feira, 21 de março de 2012
O processo de retorno à inocência
Leo Buscaglia Ph.D e professor universitário, nos lembra que a frustração, o isolamento e a ansiedade, provocadas por necessidades emocionais não satisfeitas, podem, como uma privação física, produzir morte, ou um grau de morte na vida, como uma neurose ou uma psicose. E explica que isso se dá porque não fomos preparados desde a infância a investir parte de nosso tempo diário com atividades que envolvam a satisfação de necessidades emocionais e no processo de auxiliar os outros a satisfazerem suas necessidades, mas sim a exclusivamente pensar e agir em função da obtenção de renda para a subsistência. No entanto, há necessidades básicas que precisam ser atendidas para que um ser humano se desenvolva, até quando desperte para uma nova dimensão consciencial, como: ser visto, reconhecido, apreciado, escutado, acariciado, satisfeito sexualmente, com liberdade de escolher seu próprio caminho, crescer à sua maneira e cometer seus próprios erros, enfim, aprender. Aceitando a sí mesmo e aos outros seres humanos, que consequentemente o aceitarão. Assim, primeiro é desejável ser um "eu" tanto quanto um "nós", esforçando-se por crescer, sendo este indivíduo único que é, para num segundo passo, despertar para novos horizontes. O amor, enquanto sentimento, reconhece todas essas necessidades, e se qualquer uma não puder ser satisfeita, inviabilizará a plena realização do indivíduo, mantendo-o preso a conflitos inconscientes. O amor escuta, toca, acaricia, mesmo que não fisicamente, porém, o amor físico é necessário para a alegria, o crescimento e o desenvolvimento. O amor não é o sexo, embora uma gratificação sensual em graus variados seja sempre uma parte do amor. É impossível imaginar uma situação onde alguém ame profunda e sinceramente sem um desejo por alguma forma de gratificação sexual. O que ocorre é que através dos hábitos e das leis de nossa sociedade, ao longo do tempo fomos nos distanciando uns dos outros, ao longo do tempo, de forma que o amor e a pessoa amorosa tornaram-se sinônimo de "bobeira" e "pessoa sensível". A ponto de se afirmar que devemos nos relacionar, mas sem nos apaixonarmos, sem amarmos o outro verdadeiramente. Não há dúvida de que qualquer pessoa é real quando você a toca, quando sente as carnes dela nas suas, mesmo por um rápido momento. Há pessoas que preferem não ser tocadas, e é claro que isso deve ser respeitado, mas o amor é físico, ele toca tanto via física quanto mental/emocional , sentimental e espiritual. O amor necessita sobretudo de liberdade, pois em todos os sentidos ele é sempre livre, tanto no dar quanto no receber, necessitando da liberdade para crescer. Cada Ser crescendo no amor descobrirá seu próprio caminho, sua própria direção para o amor. Cada indivíduo pode julgar por si só que caminho tem significado para ele. Quando os caminhos se cruzam, existe a união; quando correm paralelos existe a paz, desde que cada caminho ame e honre o outro. O amor nunca dá direção, pois sabe que conduzir alguém para fora de seu caminho é oferecer-lhe o nosso, que nunca será verdadeiramente dele e certamente o enfraquecerá. Deve ser livre para seguir seu próprio caminho, da forma que escolher e com a intensidade que quiser. Deve ser livre para cometer seus próprios erros e, a partir deles, aprender o que quiser. Nosso amor está lá para dar-lhe apoio, a força para continuar sua procura de forma segura (se ainda busca), alegre, e oferecer-lhe o estímulo diário do qual necessitará. Qualquer auxílio dado é no sentido apenas de ajuda-lo a encontrar a pessoa que está procurando há tanto tempo. O amor é seu guia, não seu lider. E deste ponto de vista, cada ser é seu próprio guia. O amor nunca deve ter o objetivo de refletir quem o dá, pois se houver qualquer revelação da ajuda, então evita-se que o ser amado siga verdadeiramente o seu caminho e ele não está sendo verdadeiramente livre. Há o seu caminho e o amor o estimulará a segui-lo, mesmo que seu caminho não proponha o encontro mútuo. Manter alguém naquilo que acreditamos ser o caminho correto para ele(a) é levá-lo(a) para a escuridão. O amor escuta as suas próprias necessidades, no entanto, numa sociedade repleta de leis, regulamentos, guias, enfim, condicionamentos, para se ter a aceitação amorosa e social, muitas vezes, a persona está tão preocupada com o que os outros acreditam, dizem ou pensam, que pára de escutar o que ela própria acredita, pensa ou diz. Então a sociedade lhe diz onde e como deve morar, como deve se portar, no que deve crer, como deve se locomover e vestir, e, aos poucos, sem perceber, a persona estará tão identificada com o que a sociedade quer e espera dela que nem lembrará do que ela mesma acredita ou quer pra sí. Portanto, num determinado tempo, é normal que as cascas comecem a ir caindo e se desperte para o que verdadeiramente se sinta e queira, retornando a ser mais sí mesmo. Então, o amor escutará suas próprias necessidades e apreciará sua própria individualidade, orientando a persona neste processo de retorno à inocência. Cada um ao seu próprio modo e tempo.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Há um tempo para tudo
Então é seguir em frente, contornando os obstáculos e tendo a certeza de que podemos tudo, desde que respeitemos os tempos certos para a resolução prática das coisas e situações, e levando sempre em conta o bom senso.
Aprendi que ser pretensioso é não respeitar estes tempos, forçando que determinado resultado aconteça no tempo que queremos. Então, neste sentido a vida é uma mãe generosa que nos ensina a respeitar o tempo da natureza de tudo. E a troca através dos relacionamentos e situações nos mostram pontos de vista diferentes, para que, com a nossa própria lente, possamos compreender e aplicar na vida prática, este conhecimento.Assim, se um relacionamento ou situação é visto só através da superficialidade da persona, não nos levará a lugar algum.É preciso ir além, compreender a essência de tudo, sendo que o que percebemos com a visão é apenas um sintoma daquilo que está imanifesto.
E o que está imanifesto? Ah, esta é a grande tarefa da vida, aprender a decodificar esta linguagem velada, assim como decodificamos e recodificamos um software em outro formato para ficar inteligível para a nossa própria máquina. A mente é uma poderosa antena, só precisamos equaliza-la para trabalhar o que nos leva a frente, cortando o que nos atrapalha, como cortamos o mato para plantar flores, no jardim. Na sociedade moderna existem muitas "referências" originadas de civilizações anteriores ou na atual mesmo , mas é preciso dizer, principalmente aos nossos filhos, que são apenas referências que indicam um caminho pelo qual alguém ou alguma civilização já passou, com sua importância histórica, que serve como parâmetro, mas que servem para que tomemos conhecimento delas, assimilando-as sem ficar presos a elas, deixando sermos quem realmente somos. Neste sentido, deveríamos educar nossos filhos para observarem uma referência cultural, seja ela filosófica, psicológica ou religiosa e através do seu próprio bom senso, sintetizarem-na a fim de formarem sua própria maneira de pensar, sentir e agir, não tornando-os dependentes desta ou daquela referência, visando interesses adversos, o que vela sua própria maneira de ser e agir.
Aprendi que ser pretensioso é não respeitar estes tempos, forçando que determinado resultado aconteça no tempo que queremos. Então, neste sentido a vida é uma mãe generosa que nos ensina a respeitar o tempo da natureza de tudo. E a troca através dos relacionamentos e situações nos mostram pontos de vista diferentes, para que, com a nossa própria lente, possamos compreender e aplicar na vida prática, este conhecimento.Assim, se um relacionamento ou situação é visto só através da superficialidade da persona, não nos levará a lugar algum.É preciso ir além, compreender a essência de tudo, sendo que o que percebemos com a visão é apenas um sintoma daquilo que está imanifesto.
E o que está imanifesto? Ah, esta é a grande tarefa da vida, aprender a decodificar esta linguagem velada, assim como decodificamos e recodificamos um software em outro formato para ficar inteligível para a nossa própria máquina. A mente é uma poderosa antena, só precisamos equaliza-la para trabalhar o que nos leva a frente, cortando o que nos atrapalha, como cortamos o mato para plantar flores, no jardim. Na sociedade moderna existem muitas "referências" originadas de civilizações anteriores ou na atual mesmo , mas é preciso dizer, principalmente aos nossos filhos, que são apenas referências que indicam um caminho pelo qual alguém ou alguma civilização já passou, com sua importância histórica, que serve como parâmetro, mas que servem para que tomemos conhecimento delas, assimilando-as sem ficar presos a elas, deixando sermos quem realmente somos. Neste sentido, deveríamos educar nossos filhos para observarem uma referência cultural, seja ela filosófica, psicológica ou religiosa e através do seu próprio bom senso, sintetizarem-na a fim de formarem sua própria maneira de pensar, sentir e agir, não tornando-os dependentes desta ou daquela referência, visando interesses adversos, o que vela sua própria maneira de ser e agir.
domingo, 29 de janeiro de 2012
E qual a chave para que vivamos plenos na Terra?
Acredito que toda unanimidade é burra, portanto, evito olhar a vida apenas por um ponto de vista. Gosto de observar o caminho que as várias linhas da psicologia, filosofia e religião propõem, e avaliar com minha própria lente. Assim, pude verificar que viver apenas levado pelos impulsos da persona não nos torna plenos. Aqui quero focar a linha da psicologia/psiquiatria e explorar um pouco a contribuição de Wilhelm Reich (1897-1957), que após reconhecer o mérito da psicanálise de Freud, mas divergir em alguns pontos, segue sua própria lente. Ao considerar a descoberta da energia sexual explorada por Freud, Reich amplia esta noção e mostra como ela se insere num circuito maior, o da bioenergia, chamada também de "energia da vida", o que muda o ponto de vista da questão Freudiana. Afinal, através dele, se compreende que não se trata de buscar a origem das doenças nos distúrbios da sexualidade, ao contrário, a própria sexualidade adoecida do homem é produto dos transtornos dessa energia vital. E como esta sexualidade adoece é que acaba sendo o ponto necessário para a nossa compreensão, no sentido de compreender porque nossa felicidade se torna limitada e porque adoecemos inclusive o corpo físico, a partir da variação da energia vital. Nietszshe em sua obra chega a afirmar que "o homem é um animal adoecido", no sentido de que o homem tem sido violentamente impedido de pulsar, de sentir, de viver de uma forma saudável suas emoções, seus sentimentos, sua sexualidade, enfim, sua natureza de um modo geral. A vida na sociedade moderna acaba fazendo com que através de hábitos inerentes à civilização, criemos armadilhas num nível do caráter da personalidade individual, nas quais não conseguimos mais enxergar a nossa natureza. A básica idéia de que isto é incompatível com os interesses da cultura e da sociedade já expressa quanto a humanidade está à merce das ilusões que criou e aos tabus que impedem de problematizar (tornar conhecido para resolver) de modo maduro essas questões (tabus como: opção sexual, liberdade sexual, casamento e descasamento, etc). Assim como muitas mentes brilhantes, Reich não foge à regra, acaba sendo incompreendido em sua época, no tocante a algumas questões que abordou, sobretudo ligadas à sexualidade e à energia que, não raro, foram confundidas com uma apologia das perversões sexuais e misticismo, respectivamente. Quando, no ponto de vista dele, a sexualidade plena e feliz sempre esteve muito mais ligada ao amor do que ao puro prazer. Como na visão dele, Nietszshe teria afirmado que "a orgia não é alegria, mas a ausência dela." Por outro lado, segundo a visão de Reich o que é impresso (marca) na psique é impresso (marca) no corpo e vice-versa (unidade biopsíquica em psicologia e paralelismo psicofísico na filosofia). A teoria de Reich contemporânea vem sendo ainda mais desenvolvida e segundo os neoreichanos italianos: Giuseppe Cimini e Genovino Ferri, em seu livro "Psicopatologia e Caráter", a vida resiste ao caos, estando em constante evolução e mudança, com a organização e reorganização constante na busca de sua perpetuação, trazendo um tempo diverso do tempo do mundo (através das culturas de suas civilizações). Eventos que marcam a vida de um indivíduo se iniciam já na fecundação, que representa, antes de qualquer outra coisa, o nascimento de um novo núcleo energético que eles chamam de "sí". A partir deste primeiro florescimento que o "si" começa a estabelecer relações e encontros sucessivos que determinarão seu coeficiente de energia, seu "quantum" de força (ímpeto de vida ou existência, segundo Espinosa, filósofo que soube compreender muito bem a importância dos afetos e das relações como forma de potencialização ou despotencialização de um Ser. A partir daí, portanto, que se originam os caracteres, que vão desde o escorregadio e assustado intrauterino até o confiante e alegre caráter genital. Caracteres que não são fixos e imutáveis apesar de persistirem ao longo da vida formando o nosso caráter, assim, as diferentes cargas energéticas do "si" atuam como um fator essencial na produção dos modos de ser deste "si" - que não pode ser pensado fora da relação com o "outro de sí", compreendendo estes "outros de sí" como os nossos afetos, como o mundo que nos circunda e ao qual estamos intrinsecamente ligados. Ou seja, a vida é um sistema aberto e por esta razão necessita de trocas constantes e contínuas com o meio. Pois como dizia Espinosa: "Tudo está em relação". Ao trocarmos experiências e idéias podemos vislumbrar tudo pelo ponto de vista do outro "si" e avaliar a necessidade de reorganização, reformatação de nosso caráter, de nossa personalidade. E não poderemos realizar este trabalho se não formos observadores de nós mesmos, segundo nossas próprias lentes, em contrapartida com a do outro. Esta é a chave! Interiorizar-se para observar a nossa própria periferia buscando viver a vida segundo nossa própria natureza, que ficará mais evidente, em função do contraste com o resultado de nós mesmos comparado ao outro. A religião chama isto de renascimento, pois nossa natureza é constituída do mais puro amor.
(Base para reflexão- artigo da filósofa: Regina Schöpke no jornal "O estado de SP")
(Base para reflexão- artigo da filósofa: Regina Schöpke no jornal "O estado de SP")
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
A vida como meio para a evolução do espírito através da persona
Na maioria das EQM (Experiências de Quase Morte) as pessoas relatam que estando em coma ou inconscientes um grande túnel se abre e as atrai para que possam sair deste plano, alguns dizem ver cenas da vida à pouco vivida, enquanto seguem rumo a uma luz, outros descrevem uma paz incrível, mas todos afirmam que chegam a algum lugar após a morte. Assim, é bem possível que a Terra seja apenas um plano para vivermos e aprendermos com nossas próprias experiências, através do uso do livre arbítrio.
http://programatransicao.tv.br/geraldo-campetti/programa-transicao-169-guias-espirituais-video_98c514ded.html
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