Ao despertar para sua natureza o ser humano passa a evitar projetar uma imagem que não o represente fielmente no sentido integral de sua existência, que envolve essência, pensamento, emoção e corpo físico interagindo no plano manifesto. Passa a perceber o quanto uma postura emocional negativa o inferioriza escravizando-o na zona de conforto da vivência, e assim, inicia uma série de mudanças para deixar de representar apenas a sua imagem projetada na sociedade, momento em que se depara com resistências emocionais normalmente oriundas do inconsciente, já que ficou um longo tempo acreditando e condicionado ao sofrimento, como válvula de escape para a sua energia, e portanto, não quer voltar aquele espaço "vulnerável". Aquele espaço onde se machucou, para não deixar de ser aceito pelo outro ou, pelo mundo; Então surgem auto-corrupções, ...abaixo relaciono algumas entre tantas que nos ocorrem, apenas como exemplo, segundo estudos com Luis Gasparetto e Piero Ferrucci:
Repressão do sublime
Para facilitar ainda mais o entendimento, caso a palavra auto-corrupção esteja estranha, podemos ainda lembrar que esta é análoga ao que chamamos de “Bengalas” ou “muletas”, que ajudam a personalidade a corromper-nos quanto à vivência do ”sublime”, da vida.
Dizem que a repressão é a estratégia mais simples e comum, à medida em que põe a pessoa na condição “que sacrifica a sua verdade interior, pela conveniência, ...e para quem o “bem “ rejeitado torna-se de imediato um Paraíso do qual ela se encontra “exilada”, e uma rota de tortura, na qual ela sofre.”
Projeção
Ao invés de possuir as qualidades trans-pessoais que estão sendo infundidas em seu Ser e assim expressá-las em suas vidas, algumas pessoas podem tomar um caminho muito mais fácil, porém, que oferece menos recompensa, ou seja, podem atribuir tais qualidades a uma outra pessoa: um guru, um terapeuta, um amigo, uma figura pública, ou coisa que o valha. Assim, espera q aquela pessoa aja de acordo com a imagem do ideal que elas vêem, ressentindo-se quando ele ou ela não estão de conformidade com suas expectativas. Enquanto isto, são capazes de manter o “Status quo” de suas próprias vidas, embora privando-se de dons preciosos. Nesta estratégia há acompanhamento de preguiça psicológica, baixa auto-estima, dependência, impotência e, finalmente, raiva. Por outro lado, as qualidades projetadas, com freqüência, assumem um aspecto distorcido e irreal.
Medo
Esta sensação significa que a vida está dizendo que estamos nos segurando (retraindo) em determinada situação, indicando que é hora de se soltar, ...acelerar, ...É A FORÇA DE PROTEÇÃO QUE NOS TRÁZ O PROGRESSO, embora sejamos educados para nos retrair ao senti-lo.
Pessimismo defensivo
Os indivíduos, muitas vezes, acabam diminuindo-se a partir de um profundo, frequentemente inconsciente, medo de que seus impasses sejam insuperáveis: “Eu estou velho demais”, ...”Eu não sou suficientemente inteligente”, ...”Eu não consigo”. Ou ainda, podem culpar a situação externa: “O que construí até aqui me impede de mudar”, ...”Minha esposa vai reclamar”, ...”Trabalho demais e não tenho tempo para nada”... e assim por diante. As pessoas que adotam esta postura, ou estratégia, estão assustadas, são facilmente desencorajadas de sua evolução natural e tendem à auto-indulgência e à autopiedade. Seus sentimentos de impotência são frequentemente acompanhados de um ressentimento nunca total e adequadamente expresso.
Rotinização
Consiste em formalmente aceitar o supra-consciente, mas torná-lo em alguma forma de organização, burocracia ou rotina na qual o elemento criativo original se perde. Este é o grande perigo das associações religiosas e outras que se organizam em torno de um líder inspirado, mas que não conseguem preservar a inspiração inicial, algumas vezes até mesmo suprimindo-a através da utilização das mesmas palavras e formas que o líder original criara, sem porém assimilar o impacto revolucionário do líder . Esta estratégia também ocorre nos indivíduos, levando-os a acreditar que têm uma clara explicação para quase tudo – ignorando o mistério, a auto-renovadora e surpreendente força da supra-consciência e seu paradoxal e indescritível caráter. Eles apegam-se a alguma verdade, vivência, ensinamento ou evento que tenha significado muito para eles,no passado. Acabam apenas imitando rotineiramente aquilo que foi, certa vez, uma explosão de vida, mas que se tornou agora um fóssil cristalizado.
Estando em constante ação, em busca do Ser pleno, nossa vida nos traz idéias novas que servem de escada para o nosso desenvolvimento, mas como estamos acostumados com idéias preconcebidas, ao longo de nossa educação, desde a infância, (nos acomodamos) preferimos não aceitarmos uma nova visão, agarrando-nos a idéias atrasadas/obsoletas e preconceituosas, que prendem nossa evolução.
Toda vez que adotamos atitudes que recalcam (prendem) a nossa força(energia) de ação, tão preciosa para nossa evolução na vida, atraímos conflitos para nós, ...ficamos depressivos, ...inseguros, ...e consequentemente passamos a acreditar (por fé ) que não temos as rédeas do nosso caminhar, ficando com a impressão conseqüente de que vivemos em função dos acontecimentos, e não como agentes causadores deles.
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