Imagine:
-Se alguém não tivesse sobrevivido ao cataclisma que ocorre num determinado ciclo de milhares de anos, no grande ano cósmico, conseguindo desembarcar nas terras do Egito...
-Se não tivéssemos conhecido os Upanishads...
-Se não tivessem aprisionado o tempo ao calendário...
-Se Abrão tivesse seguido seu pai, que era construtor de imagens de Deuses em pedras, ao invés de acreditar num único Deus...
-Se Jacó não tivesse tido 12 filhos, sendo um deles José, futuro Faraó do Egito...
-Se Salomão não tivesse construído o Templo de Jerusalém...
-Se não tivesse havido o cisma, gerando a divisão do reino hebreu em dois: Israel e Judá...
-Se não tivessem havido as civilizações: Assíria e Babilônica...
-Se Ciro (Rei dos Persas), não tivesse libertado o povo hebreu da Babilônia...
-Se Cidarta Gautama, Lao Tse e Confúcio, tivessem vivido, mas passados sem serem percebidos...
-Se o Império grego não tivesse iniciado sua conquista...
-Se Pitágoras e Platão não tivessem se interessado em mostrar a importância do que já se tornou banal...
-Se Júlio Cesar não tivesse tomado o poder em Roma...
-Se Joshua não tivesse nascido de uma virgem...
-Se Cristo fosse apenas um mito...
-Se Constantino não tivesse atribuído suas conquistas às visões da cruz cristã, para unir seus soldados e impulsionar o Cristianismo...
-Se o ano continuasse a nascer, com a chegada da Primavera, como em toda a natureza...
-Se o profeta Islâmico Maomé tivesse passado sem ser lembrado...
-Se os dias da semana não tivessem deixado de homenagear os sete astros...
-Se Tomás de Aquino tivesse seguido a profissão de engenheiro...
-Se os meses do ano, não deixassem de representar o caminho do Sol pelas constelações, do ponto de vista de quem está na Terra...
-Se não tivesse tido necessidade para movimentos como: o Renascimento e o Iluminismo...
-Se Descartes tivesse sido pintor...
-Se não tivesse sido necessário tomar a Bastilha, em París...
-Se Karl Marx tivesse sido apenas um agricultor...
-Se Albert Einstein não tivesse tido oportunidade de estudar e se tornar um gênio...
-Se Sigmund Freud tivesse passado despercebido...
(entre outras indagaçõe...)
Hoje, com o que nossa mente se ocuparia?
O que nós seríamos?
Somos todos frutos destes acontecimentos, ... destes conceitos e suas derivações, ou, quem os observa?
Quem os observa?
E este que observa, teria mudado, em sua essência, se o rumo da história fosse outro?
É chegado o ano de 2009, mas, e se o tempo fosse apenas uma ilusão e só houvesse a eternidade?
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Paixão ou Amor?
O amor enquanto aquela sensação boa que sentimos, pensando em alguém, ao escutarmos uma canção, na verdade é a sensação de nos sentirmos completos, pois ilusoriamente acreditamos estar carentes “de algo”, através do nosso “eu psicológico”. Daí termos a impressão de que determinada pessoa nos completa. Isso, na verdade não é amor, é paixão, primeiro passo para uma aproximação. Assim, com a convivência, é que vamos compreendendo esta questão, à medida em que aquele sentimento de preenchimento, vai se esvaindo e descobrimos o nosso companheiro como ele realmente é...
Isso ocorre porque, somos conscientes de determinadas áreas de nosso ser, mas outras áreas, acabam ficando veladas, ou porque nos identificamos com o “eu psicológico” formado até então, fugindo de nosso verdadeiro ser, ou porque a vida ainda não nos trouxe a oportunidade de acessar aquela determinada sombra da consciência. Sim sombra,... não se surpreenda! Isto porque os antigos já nos ensinavam que o símbolo da consciência é o Sol, e o da inconsciência, a sombra (onde a luz do sol ainda não ilumina). Veja o que o zodíaco astrológico, simbolicamente nos mostra, por exemplo. Afinal, cada signo ali contido possui um outro signo contrário, até mesmo complementar, ou seja, se determinada configuração dos astros proporciona consciência a um determinado signo, muito provavelmente, o respectivo signo contrário, estará na sombra, ou seja, representará as características que ainda não estão conscientes no nosso ser, por algum motivo, como mencionado anteriormente, e que, por isso, atrairemos e criaremos situações, ao longo da vida, afim de trabalharmos as tais características e ganharmos musculatura.
Portanto, adivinhem o que acontece, quando nós achamos alguém, no nosso convívio cotidiano, que possui exatamente aquela característica que intuímos ter, mas que está na sombra de nossa experiência de ser?! Sim, isto mesmo. Nos apaixonamos!!! E então temos aquela sensação maravilhosa de preenchimento, que nos referimos acima, na fase da paquera e namoro, até que o convívio nos mostre que o verdadeiro amor, não é bem isso. Afinal, amar pressupõe aceitar, conviver e aprender com as diferenças, respeitando as pessoas como elas são, não querendo transformá-las como “achamos” que elas devam ser e se comportar. E cá entre nós, ...apaixonados, se quer enxergamos as diferenças que existem entre nós!! (risos).
Então, o que nos atrai ao próximo, é a nossa sombra, projetada no outro, como uma imagem do que queremos ser e ainda não somos, no espelho. O grande problema é que, muitas vezes somos atraídos, nos tornamos parceiros e acabamos ficando presos àquela atração de outrora, a um “eu aparente” forjado por nós mesmos, através da imagem que projetamos, que na prática não se sustenta, uma vez que, a pessoa não é como esperávamos, então, posteriormente, a vida abrirá o espaço para descobrirmos o que é o amor, através da convivência. Se decidirmos ir em frente e constituir uma família, assumindo um compromisso mútuo, que tende a propiciar maior segurança e estabilidade, aliviando-nos da solidão e do isolamento, teremos a oportunidade de aprender a conviver e a respeitar as diferenças individuais e a desenvolver o verdadeiro amor.
Estar desperto talvez seja, termos consciência do que somos realmente, como seres humanos,... qual a imagem que refletimos para os outros, ou qual é o nosso “eu aparente”, sem estarmos identificados com ele, compreendendo o mesmo com relação aos outros, afim de evitarmos enganos e sofrimentos desnecessários na vida. Esse caminho, de primeiro buscarmos uma identidade separada de nossa mãe, e depois,uma identidade com o meio em que vivemos, é o caminho reservado a cada um de nós, para que na idade adulta, com o desenvolvimento do ego (eu aparente) possamos aprender a olhar a nossa imagem projetada e perceber quem realmente somos, num resgate à nossa essência, ...ao espírito, este sim, que aqui está para se aprimorar, com o exercício da vida, em função da mente. Nem que pra isso, só nos percebamos através da projeção de nós mesmos, no próximo. A vida não é sábia ?! (risos)
“Ama ao teu próximo, como a ti mesmo.”
Isso ocorre porque, somos conscientes de determinadas áreas de nosso ser, mas outras áreas, acabam ficando veladas, ou porque nos identificamos com o “eu psicológico” formado até então, fugindo de nosso verdadeiro ser, ou porque a vida ainda não nos trouxe a oportunidade de acessar aquela determinada sombra da consciência. Sim sombra,... não se surpreenda! Isto porque os antigos já nos ensinavam que o símbolo da consciência é o Sol, e o da inconsciência, a sombra (onde a luz do sol ainda não ilumina). Veja o que o zodíaco astrológico, simbolicamente nos mostra, por exemplo. Afinal, cada signo ali contido possui um outro signo contrário, até mesmo complementar, ou seja, se determinada configuração dos astros proporciona consciência a um determinado signo, muito provavelmente, o respectivo signo contrário, estará na sombra, ou seja, representará as características que ainda não estão conscientes no nosso ser, por algum motivo, como mencionado anteriormente, e que, por isso, atrairemos e criaremos situações, ao longo da vida, afim de trabalharmos as tais características e ganharmos musculatura.
Portanto, adivinhem o que acontece, quando nós achamos alguém, no nosso convívio cotidiano, que possui exatamente aquela característica que intuímos ter, mas que está na sombra de nossa experiência de ser?! Sim, isto mesmo. Nos apaixonamos!!! E então temos aquela sensação maravilhosa de preenchimento, que nos referimos acima, na fase da paquera e namoro, até que o convívio nos mostre que o verdadeiro amor, não é bem isso. Afinal, amar pressupõe aceitar, conviver e aprender com as diferenças, respeitando as pessoas como elas são, não querendo transformá-las como “achamos” que elas devam ser e se comportar. E cá entre nós, ...apaixonados, se quer enxergamos as diferenças que existem entre nós!! (risos).
Então, o que nos atrai ao próximo, é a nossa sombra, projetada no outro, como uma imagem do que queremos ser e ainda não somos, no espelho. O grande problema é que, muitas vezes somos atraídos, nos tornamos parceiros e acabamos ficando presos àquela atração de outrora, a um “eu aparente” forjado por nós mesmos, através da imagem que projetamos, que na prática não se sustenta, uma vez que, a pessoa não é como esperávamos, então, posteriormente, a vida abrirá o espaço para descobrirmos o que é o amor, através da convivência. Se decidirmos ir em frente e constituir uma família, assumindo um compromisso mútuo, que tende a propiciar maior segurança e estabilidade, aliviando-nos da solidão e do isolamento, teremos a oportunidade de aprender a conviver e a respeitar as diferenças individuais e a desenvolver o verdadeiro amor.
Estar desperto talvez seja, termos consciência do que somos realmente, como seres humanos,... qual a imagem que refletimos para os outros, ou qual é o nosso “eu aparente”, sem estarmos identificados com ele, compreendendo o mesmo com relação aos outros, afim de evitarmos enganos e sofrimentos desnecessários na vida. Esse caminho, de primeiro buscarmos uma identidade separada de nossa mãe, e depois,uma identidade com o meio em que vivemos, é o caminho reservado a cada um de nós, para que na idade adulta, com o desenvolvimento do ego (eu aparente) possamos aprender a olhar a nossa imagem projetada e perceber quem realmente somos, num resgate à nossa essência, ...ao espírito, este sim, que aqui está para se aprimorar, com o exercício da vida, em função da mente. Nem que pra isso, só nos percebamos através da projeção de nós mesmos, no próximo. A vida não é sábia ?! (risos)
“Ama ao teu próximo, como a ti mesmo.”
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Moral da estória: O nascimento do eu aparente
A gente pode se perceber como um "eu" que surge pelo meio social, através da arte, da auto investigação, ou seja, tanto observando o macro como o micro cosmos. Portanto o "eu" será sempre algo que surge da natureza, ou seja, se era UM com o útero de minha mãe, antes de nascer, ao nascer e ganhar um nome, acabo surgindo como "eu"; Por outro lado, se era UM com a natureza, vivendo em sociedade como homem das cavernas, ao perceber a aparente separação com a natureza, por necessidade de sobrevivência, acabo surgindo como "eu".
Neste vídeo, aponta-se para a aparente separação da natureza:
O apontamento do ponto de vista da auto investigação, visa indicar este "eu" surgido, como um conjunto de condicionamentos advindos do meio em que vivemos, e portanto, como "pensamento", na medida em que também é um objeto do ponto de vista da consciência .
Neste sentido, algumas postagens do Blog apontam para esta percepção:
1-11/11/08=O nascimento do eu aparente;
2-23/02/13 = Prasenagita;
3-23/08/13 = A codificação do amor pela persona (eu);
A percepção do eu (ego/persona) como pensamento permite uma compreensão melhor de outras postagens do Blog que vão partir desta premissa para indicar como ocorre a identificação com este "eu" e com o mundo, embora nunca tenhamos deixado de ser consciência.
O nascimento do eu aparente
Se você observar os textos anteriores, vai perceber que até o presente momento pintei a figura da identidade cultural atual de nossa civilização, onde uma questão filosófica se destaca, em essência: "estaríamos vivendo numa ilusão, ou esta é a ilusão da filosofia?" . Para tentar aprofundar esta visão, vou pintar para você agora a figura da identidade humana e a construção do "eu aparente".
Imagine por um momento, como você se sentiria em sua existência no útero de sua mãe. Flutuando ritmicamente nas águas da vida, onde não há o sentido de um indivíduo ou de uma identidade separada, ...nenhuma idéia de corpo, sentimentos ou mente, como algo diferente de qualquer outra coisa. Sonhadoramente imerso num paraíso primordial, há apenas unidade e união com o resto da criação. O universo é o eu e o eu é o universo. ...Nascer, nos tira drasticamente deste reino de totalidade oceânica. É a proclamação do eu como um indivíduo único e distinto. Nossos pais nos dão o primeiro rótulo (nosso nome) e a partir daí, passamos a nos identificar com um eu aparente. Ocorre que a noção anterior do eu real, nos faz sentir uma certa carência constante, no eu aparente, e a cada passo que damos em busca de nossa própria identidade, acabamos projetando esta carência num 'eu psicológico', que vamos criando, a medida em que passamos a compensar esta carência no mundo aparente. Então esta necessidade de compensação, possui um fluxo que nos impele sempre ao futuro, que possui uma promessa de salvação, na busca pelo complemento do eu ilusório, que logicamente, nunca será completo pelo meio externo (aparente).Então, num determinado momento, se me sobresaio nos estudos esotéricos ou religiosos, necessito colocar isto para os demais, pois assim percebo quem sou, à medida que me percebo melhor, ou tendo mais conhecimento que o outro. Assim, tenho uma compensação da carência do meu verdadeiro eu, passageira, e logo, ...quando outra pessoa mostrar que sabe tanto quanto 'eu', esta carência me estimulará ao futuro novamente, ...pois lá está a minha chance de encontrar 'a verdadeira compensação'. Num outro momento, entro no meu Ford Fusion, e me sinto grande, minha identificação com aquele status, me torna novamente grande, em comparação aos outros, e torno a ter uma compensação momentânea, ...logo acabo voltando a sentir a carência de meu verdadeiro eu, novamente. Nova promessa de encontrar a plenitude no futuro...
Num outro momento ainda, sinto a necessidade de me posicionar frente ao outro, ...de apontar onde ele está errando. Novamente me sinto grande ao mostrar aos outros o erro deste ou daquele, e assim me percebo, ...supro momentaneamente a carência do meu eu aparente, ...psicológico, ...mental. Mais uma vez, acabo percebendo que não era tão melhor assim, ...volta a carência e a promessa de supri-la no futuro, numa ânsia constante, então, estamos sempre correndo para tentar suprir esta carência, em vão. Como aquele coelhinho do conto: Estou atrasado , ...estou atrasado...., estou atrasado....
Ocorre que, num determinado momento, nosso espírito toma consciência da existência do "eu aparente", e então, começamos a fazer o caminho de volta.
Ter tudo o que a vida material nos oferece, através de nosso próprio trabalho, é muito bom e não há nada errado com isto. Mas identificar-se com este mundo aparente, ...com o 'eu psicológico' é que nos leva a ter transtornos mentais ou distorções do ego (que, na sua forma original, deveria servir apenas para refletir a imagem do que somos, tornando possível a expansão de nossa consciência, rumo à essência, à satisfação de viver). A identidade buscada pelo "eu mental", tem a ver com a cultura estabelecida de uma civilização.
Pois buscamos a nossa identidade através da cultura em que estamos inseridos. Ocorre que é desta ânsia em se sentir inserido, ...em se sentir completo, baseado no meio externo, através da cultura, que nos percebemos, e buscamos a nossa identidade com o meio. Busca em vão, pois identificados com o 'eu psicológico', não temos a possibilidade de nos sentirmos completos, como nas águas da vida, do útero de nossa mãe, ou na vida anterior à existência de uma sociedade, onde ainda não havia a existência de uma "identidade", estabelecida pela cultura social. Motivo do nascimento de uma ansiedade constante, em busca desta tal plenitude, da salvação no futuro..."A arte nasceu, da necessidade do homem de manter-se conectado com a sua natureza primordial, e nesse sentido ela era religiosa" "Houve um " tempo " em que ainda não havia a noção de beleza e estética, e portanto, ainda não havia uma "identidade". Então, o eu aparente (Matrix) envolve tanto o aspecto social, num nível macro, como o aspecto biológico e psicológico do indivíduo, num nível micro, que interagem entre sí.
Como observar o ego (eu psicológico/aparente), num nível macro e micro, sem identificar-se com suas distorções?
Esta questão, deixo para você refletir, e se quiser, comentar à respeito...
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
O capitalismo balança enquanto a democracia dá sinais de amadurecimento
“O estado sou eu”, era uma frase famosa de um monarca, ainda no regime absolutista, e pelo seu teor dá para se ter uma idéia de como as coisas funcionavam, neste sistema de governo. Mas com as teorias iluministas sobre a igualdade, de Rousseau, no sec. XVIII, e do estado de direito, de Montesquieu, assim como de outras personalidades da época, como John Locke, aos poucos o estado foi sendo moldado pela crescente burguesia, na Europa, que buscava ainda a legitimação do poder, mesmo que ainda fosse na monarquia, até tornar-se capitalista, constitucional e democrático. A palavra democracia, deriva da palavra grega : demos (povo), que surgiu em Atenas, como “demokratia”, e significa : “forma de governo em que a soberania é exercida pelo povo”. Então, se fizermos uma rápida comparação com o regime absolutista, da Idade Média, perceberemos que a soberania não era exercida pelo povo, mas sim apenas por pessoas oriundas da classe nobre ou clérigos, já que naquela época a matrix, ou o status quo refletia a mentalidade estabelecida pela teoria da graça, desenvolvida por Santo Agostinho, dada a influência da igreja no poder absolutista, onde mulheres e trabalhadores possuíam uma série de restrições aos seus direitos, ou seja, não sendo nobres ou clérigos não podiam ter voz na condução do destino da sociedade. Isso começaria a mudar com o movimento Renascentista que contribuiu para a formação do “Estado Moderno” Absolutista, ao eliminar o monopólio cultural-religioso roubando parte do prestígio da igreja, e ao re-valorizar o direito Romano, que defendia a concentração da autoridade pública. A reforma Protestante também abalou as pretensões políticas da Igreja, enfraquecendo-a, o que facilitou a organização de Estados nacionais e permitiu que muitos Reis exercessem os poderes anteriormente de competência eclesiástica. A crise na sociedade estamental (em especial pelo despontar da burguesia) refletiu-se no capitalismo comercial com a oposição dos burgueses ao mercantilismo e o conseqüente enfraquecimento do sistema colonial, e desta forma, afetou o Absolutismo, surgindo uma ideologia contrária a ele, denominada “Iluminismo”, ocorrendo então sua derrocada. Portanto, desde a “ demokratia “ Ateniense, que também impunha limitações a mulheres e trabalhadores, até os nossos dias de hoje, a democracia foi passando por diversas transformações, podendo ser direta ou pura, através de referendos e plebiscitos feitos pelos governantes ao povo, para decidir o destino de determinado assunto, como também, por representação, onde o povo escolhe, através do voto, os seus representantes no Poder Legislativo e Executivo, podendo ainda ser de sistema Presidencialista ou Parlamentarista. Mas uma questão filosófica surge neste ponto. Estaria o povo, ao escolher seus representantes, realmente representado no poder, ou a classe dominante da sociedade, com a influência na imprensa e meios de comunicação, estaria manipulando as mentes menos providas de cultura, afim de perpetuar-se no poder, e assim, sempre mantendo o povo dominado? Se tiver dúvida sobre o que esta questão levanta, relembre a decisão feita entre Barrabás e Jesus, em praça pública, com influência do poder dominante àquele tempo, numa época em que nem ao menos havia uma comunicação tão ágil, como a de hoje. Por outra forma, poderá ainda re-lembrar, como Hitler, influenciava o povo alemão ao seu favor, com relação aos referendos que seu governo realizava. ...E hoje, a classe capitalista dominante estaria manipulando a opinião pública, com toda a mídia a sua disposição? Porque é tão difícil acabar com um sistema de ensino público que aprova automaticamente os seus alunos? Haveria algum interesse em manter o povo sem condição de realizar uma reflexão mais profunda, sobre os caminhos da civilização moderna? O caso é que, com a evolução da tecnologia e a popularização do serviço de Internet, nos micro-computadores, o povo passou a contar com mais um instrumento para expressão do que sente e pensa. E veja que contradição!? Através do próprio jogo do capitalismo, que contribui para a queda constante dos preços e a popularização dos equipamentos. Basta verificarmos que o novo presidente eleito no maior país capitalista do globo, contou com grande parte das doações para sua campanha, vinda de eleitores via internet, meio também pelo qual começou a sua campanha política. Assim, cabem mais algumas perguntas: Estaria a tecnologia contribuindo para o amadurecimento da democracia moderna? Seria esta uma alternativa para, cada vez mais, elevar-se a participação direta do povo nos destinos da sociedade? Seria este um meio de revolução do proletariado, não previsto por Marx? Visto desta forma, ficamos com a impressão de que, embora o capitalismo esteja passando por uma crise, advinda de pura especulação, a democracia, por outro lado, dá sinais de amadurecimento.
Surge o estado capitalista, constitucional e democrático
Rosseau, em sua obra “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”, lançada em 1754, procurou estudar a origem da desigualdade. Para ele, o estado natural deveria combinar-se com o estado social. Em 1762, ao escrever Contrato Social, encontrou uma forma de associação que conservaria nos indivíduos a igualdade e a liberdade que a natureza lhes dera. Manifestava-se a noção de que as sociedades, através da capacidade de pensar e escolher do homem, exaltada pelo cartesianismo de Descartes e Diderot, deveriam se basear em acordos mútuos, entre os indivíduos que as compunham. Rosseau afirmava que a base da sociedade estava no interesse comum pela vida social, no consentimento unânime dos homens em renunciar as suas vontades particulares em favor de toda a comunidade.
Estas teorias, dariam início à análise científica da sociedade. Tiveram o poder de orientar a ação política e lançar as bases do que veio a se tornar o estado capitalista, constitucional e democrático desenvolvido no século XIX. Lançaram também as bases para o movimento político pela legitimação do poder, fosse de caráter monárquico, como na revolução Gloriosa da Inglaterra, fosse de caráter republicano, como na Revolução Francesa, ou ainda do tipo ditatorial, como o império napoleônico. Tão importante quanto seu valor como forma de entendimento da vida social e política foi sua repercussão prática na sociedade.
A filosofia social do Iluminismo, teve, em relação à renascentista, a vantagem de não constituir apenas uma crítica social baseada no que a sociedade poderia idealmente vir a ser, mas projetos concretos de realização política para a sociedade burguesa emergente, que tiveram continuidade através de outros pensadores desta época, como John Locke (Inglês) e Montesquieu (Francês), cujas idéias formaram a base da Constituição Norte-americana de 1787.
Estas teorias, dariam início à análise científica da sociedade. Tiveram o poder de orientar a ação política e lançar as bases do que veio a se tornar o estado capitalista, constitucional e democrático desenvolvido no século XIX. Lançaram também as bases para o movimento político pela legitimação do poder, fosse de caráter monárquico, como na revolução Gloriosa da Inglaterra, fosse de caráter republicano, como na Revolução Francesa, ou ainda do tipo ditatorial, como o império napoleônico. Tão importante quanto seu valor como forma de entendimento da vida social e política foi sua repercussão prática na sociedade.
A filosofia social do Iluminismo, teve, em relação à renascentista, a vantagem de não constituir apenas uma crítica social baseada no que a sociedade poderia idealmente vir a ser, mas projetos concretos de realização política para a sociedade burguesa emergente, que tiveram continuidade através de outros pensadores desta época, como John Locke (Inglês) e Montesquieu (Francês), cujas idéias formaram a base da Constituição Norte-americana de 1787.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Injetar dinheiro no mercado, uma atividade antiga
È interessante verificar a história do surgimento da moeda e da economia. Na antiguidade, enquanto uma família produzia arroz a outra produzia feijão, e assim, sucessivamente percebendo-se que além do necessário para a sobrevivência, sobraria uma parcela da colheita de cada família. O que fazer com esta sobra, além de guardar um pouco, como reserva? Não demorou muito para que as famílias, começassem a trocar o seu excedente de colheita por outros produtos que também necessitavam cotidianamente, portanto, quem produzia arroz, poderia possuir também: feijão, legumes, leite, carne, etc
Mas se houvesse algo que servisse de meio de troca (pagamento), que possuísse um valor confiável, comum, e de aceitação geral para se adquirir diversas mercadorias, as sobras poderiam ser trocadas por este algo para a aquisição de outras mercadorias, e todo este processo seria agilizado. Surgiu então a idéia do dinheiro ou “ moeda “. Desde então, o gado, o sal, o bambu e até fios passariam a ser utilizados como meio de pagamento, mas os metais preciosos acabaram se sobressaindo, pois mostraram ser de aceitação geral, tendo uma farta e permanente procura, uma oferta limitada e, conseqüentemente, um preço estável e alto, não se desgastando e sendo reconhecidos por todos. Inicialmente os mercadores necessitavam pesá-lo, depois, com a cunhagem, por meio das quais se imprimia na moeda uma figura para mostrar o seu valor, não seria mais necessário o uso da balança. No entanto, a necessidade dos governantes de lançarem novas moedas, afim de quitar suas contas, de tempos em tempos, gerando a recunhagem, onde era necessário retirar de circulação as moedas existentes para o lançamento das novas, aproveitando para financiar o tesouro nacional, ou seja, de cada dez moedas retiradas, lançavam-se, por exemplo, onze novas, ficando uma para o soberano, trouxe o problema da inflação, pois para a mesma quantidade de bens existentes, havia agora uma maior quantidade de moeda gerando um acréscimo na demanda e, portanto, a elevação dos preços. Vem daqui a noção de que há uma relação direta entre o nível geral de preços e a quantidade de moeda em circulação. Mas, embora a inflação tenha nascido desta circunstância, a cunhagem continuou a ser realizada e moedas de metais preciosos se tornaram o principal meio de pagamento, derivando posteriormente para o papel moeda, que nada mais era do que o recibo que o cunhador (ourives) fornecia ao proprietário do ouro, que ficava guardado em seu cofre. Este recibo, dava a quem o possuía (novo proprietário) a transferência do poder sobre o ouro depositado, sem nenhuma complicação no resgate do ouro diretamente. Assim, o recibo, passou a ser uma promessa de pagamento ao seu proprietário de determinado montante de metal, não alterando o seu montante. Com o desenvolvimento das atividades e instituições econômicas, esta promessa passou a ser feita pelos bancos comerciais e depois, pelos governos . O recibo tornara-se o papel-moeda, totalmente assegurado por metal (lastro) e conversível em ouro.
No entanto, logo se percebeu que grande parte dos depósitos em ouro eram inativos. Haviam depósitos e retiradas de ouro, mas também haviam pessoas que simplesmente usavam e trocavam as notas sem exigir o ouro prometido, o que sempre gerava a permanência de um valor relativamente constante e percentualmente alto de metal imobilizado (parado). O movimento de retirada de ouro era de aproximadamente 10 a 20% do total em estoque. Os banqueiros, observando este fato, perceberam que poderiam fazer promessas de pagar em ouro muito acima de suas reservas (a descoberto) , e com isso, fazer aplicações lucrativas, como comprar títulos e ações, que rendiam dividendos, conceder empréstimos, cobrando juros a pessoas e empresas. Como exemplo, se os depósitos em ouro somarem o equivalente a R$1.000,00, e se o movimento de saídas em ouro for dez por cento, eles podem oferecer em empréstimos : R$10.000,00, pois, assim, suas promessas de pagar totalizam R$10.000,00 dos quais somente R$ 1.000,00, seriam exigidas, o que corresponde às suas reservas. Tendo como regra estas operações, a moeda, apesar de conversível, não era mais totalmente, mas sim fracionariamente lastreada em ouro. E portanto, os meios de pagamento em circulação se tornaram superiores às reservas em ouro existentes.
Ao longo da história, muito se fez para que os bancos não quebrassem pela imprudência de seus diretores, emprestando muito além de suas reservas, e pondo em risco a segurança das instituições, bem como, a proteção dos depositantes, mas como vimos recentemente, ainda não foi o bastante para evitar novas ondas de quebras bancárias.
Com o desenvolvimento da economia monetária e com a consolidação dos estados nacionais, o controle sobre a moeda passou para as mãos das autoridades governamentais. Da emissão pelos bancos comerciais, as notas passam a ser emitidas pelos bancos centrais que ficam com o monopólio da emissão de papel-moeda. Aqui nasce a missão do Bancos Centrais de injetar dinheiro no mercado, para regular a inflação e administrar o crescimento econômico de uma nação.
Em 1920, o lastro parcial, como vimos acima, que garantia a moeda, em relação ao ouro, deixa de ser praticado, rigorosamente por todos os países, não sendo mais possível converter-se em ouro as moedas existentes, exceto em trocas internacionais, mas com objetivos definidos e controlados pelos bancos centrais nacionais e pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). Assim, a garantia da moeda deixou de ser feita, em função do ouro e passou a ser feita pela Lei, portanto, no Brasil, é crime não aceitar Reais em troca de mercadorias, e assim, ocorre com cada país e sua moeda nacional. Não havendo mais a necessidade de ter que ter uma quantidade de ouro em estoque para regular a quantidade de emissão de moedas, as autoridades monetárias passaram a ter a possibilidade de regular a emissão de moeda de acordo com as exigências da vida econômica de seu país ou mercado.
Mas se houvesse algo que servisse de meio de troca (pagamento), que possuísse um valor confiável, comum, e de aceitação geral para se adquirir diversas mercadorias, as sobras poderiam ser trocadas por este algo para a aquisição de outras mercadorias, e todo este processo seria agilizado. Surgiu então a idéia do dinheiro ou “ moeda “. Desde então, o gado, o sal, o bambu e até fios passariam a ser utilizados como meio de pagamento, mas os metais preciosos acabaram se sobressaindo, pois mostraram ser de aceitação geral, tendo uma farta e permanente procura, uma oferta limitada e, conseqüentemente, um preço estável e alto, não se desgastando e sendo reconhecidos por todos. Inicialmente os mercadores necessitavam pesá-lo, depois, com a cunhagem, por meio das quais se imprimia na moeda uma figura para mostrar o seu valor, não seria mais necessário o uso da balança. No entanto, a necessidade dos governantes de lançarem novas moedas, afim de quitar suas contas, de tempos em tempos, gerando a recunhagem, onde era necessário retirar de circulação as moedas existentes para o lançamento das novas, aproveitando para financiar o tesouro nacional, ou seja, de cada dez moedas retiradas, lançavam-se, por exemplo, onze novas, ficando uma para o soberano, trouxe o problema da inflação, pois para a mesma quantidade de bens existentes, havia agora uma maior quantidade de moeda gerando um acréscimo na demanda e, portanto, a elevação dos preços. Vem daqui a noção de que há uma relação direta entre o nível geral de preços e a quantidade de moeda em circulação. Mas, embora a inflação tenha nascido desta circunstância, a cunhagem continuou a ser realizada e moedas de metais preciosos se tornaram o principal meio de pagamento, derivando posteriormente para o papel moeda, que nada mais era do que o recibo que o cunhador (ourives) fornecia ao proprietário do ouro, que ficava guardado em seu cofre. Este recibo, dava a quem o possuía (novo proprietário) a transferência do poder sobre o ouro depositado, sem nenhuma complicação no resgate do ouro diretamente. Assim, o recibo, passou a ser uma promessa de pagamento ao seu proprietário de determinado montante de metal, não alterando o seu montante. Com o desenvolvimento das atividades e instituições econômicas, esta promessa passou a ser feita pelos bancos comerciais e depois, pelos governos . O recibo tornara-se o papel-moeda, totalmente assegurado por metal (lastro) e conversível em ouro.
No entanto, logo se percebeu que grande parte dos depósitos em ouro eram inativos. Haviam depósitos e retiradas de ouro, mas também haviam pessoas que simplesmente usavam e trocavam as notas sem exigir o ouro prometido, o que sempre gerava a permanência de um valor relativamente constante e percentualmente alto de metal imobilizado (parado). O movimento de retirada de ouro era de aproximadamente 10 a 20% do total em estoque. Os banqueiros, observando este fato, perceberam que poderiam fazer promessas de pagar em ouro muito acima de suas reservas (a descoberto) , e com isso, fazer aplicações lucrativas, como comprar títulos e ações, que rendiam dividendos, conceder empréstimos, cobrando juros a pessoas e empresas. Como exemplo, se os depósitos em ouro somarem o equivalente a R$1.000,00, e se o movimento de saídas em ouro for dez por cento, eles podem oferecer em empréstimos : R$10.000,00, pois, assim, suas promessas de pagar totalizam R$10.000,00 dos quais somente R$ 1.000,00, seriam exigidas, o que corresponde às suas reservas. Tendo como regra estas operações, a moeda, apesar de conversível, não era mais totalmente, mas sim fracionariamente lastreada em ouro. E portanto, os meios de pagamento em circulação se tornaram superiores às reservas em ouro existentes.
Ao longo da história, muito se fez para que os bancos não quebrassem pela imprudência de seus diretores, emprestando muito além de suas reservas, e pondo em risco a segurança das instituições, bem como, a proteção dos depositantes, mas como vimos recentemente, ainda não foi o bastante para evitar novas ondas de quebras bancárias.
Com o desenvolvimento da economia monetária e com a consolidação dos estados nacionais, o controle sobre a moeda passou para as mãos das autoridades governamentais. Da emissão pelos bancos comerciais, as notas passam a ser emitidas pelos bancos centrais que ficam com o monopólio da emissão de papel-moeda. Aqui nasce a missão do Bancos Centrais de injetar dinheiro no mercado, para regular a inflação e administrar o crescimento econômico de uma nação.
Em 1920, o lastro parcial, como vimos acima, que garantia a moeda, em relação ao ouro, deixa de ser praticado, rigorosamente por todos os países, não sendo mais possível converter-se em ouro as moedas existentes, exceto em trocas internacionais, mas com objetivos definidos e controlados pelos bancos centrais nacionais e pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). Assim, a garantia da moeda deixou de ser feita, em função do ouro e passou a ser feita pela Lei, portanto, no Brasil, é crime não aceitar Reais em troca de mercadorias, e assim, ocorre com cada país e sua moeda nacional. Não havendo mais a necessidade de ter que ter uma quantidade de ouro em estoque para regular a quantidade de emissão de moedas, as autoridades monetárias passaram a ter a possibilidade de regular a emissão de moeda de acordo com as exigências da vida econômica de seu país ou mercado.
Como a Classe Dominante atual, se originou?
(410 D.C. (Grã-Bretanha) grubenhäuser, era basicamente uma "casa-buraco", uma estrutura de 2,10 Mts por 3,00Mts / moradia)
É no mínimo interessante, como ao longo do tempo, o homem, vivendo em sociedade, foi criando mecanismos para aprimorar-se na arte de viver, não obstante, os problemas de hoje, a grosso modo, se assemelhem com os do passado.
No ano 1000 d.c. haviam aproximadamente 42 milhões de pessoas na Europa, no ano 1100: 48 milhões, em 1200: 61 milhões e em 1300: 73 milhões, portanto, esse crescimento demográfico era incompatível com a baixa produtividade feudal. Sem condições de alimentar seus camponeses, ao mínimo pretexto, os feudos expulsavam servos, criando assim, uma camada marginalizada, fonte de muitos problemas. No feudalismo, a relação social vertical se dava entre o nobre, que podia ser o dono da terra (senhor feudal) ou vassalo, pessoa designada pelo senhor feudal para administrar o seu feudo, e os camponeses, pessoas que trabalhavam em suas terras (servos), sendo que, a nobreza era fortemente influenciada pelo clero (corporação de sacerdotes), já que a filosofia feudal estava quase que dominada pelo pensamento dos fins da antiguidade, de Santo Agostinho(354-430). A teoria da graça, considerava que os homens, abençoados por Deus, tocados com a graça divina, deveriam usar o seu livre arbítrio (liberdade de escolha) para praticar o bem , salvando a sua alma, enquanto que os outros estavam fadados a fazer o mal e por isso eram condenados. Para a igreja daquela época, os nobres e o clero eram os agraciados por Deus e o campesinato os não agraciados.
A crise no sistema feudal, oriunda do acelerado crescimento demográfico, gerava a necessidade de se expandir os territórios, o que ocorreu na própria Europa , com a conquista de suas extremidades. No seu lado mais ocidental, a Península Ibérica, o movimento conhecido por Reconquista foi aos poucos expulsando os muçulmanos e reintegrando a região na cristandade. No extremo oriental da Europa, processo semelhante ocorreu com a penetração alemã em território eslavo. Os pioneiros desbravaram novas áreas para a agricultura, fundaram novas cidades, cristianizaram a população local e , assim, alargaram as fronteiras da cristandade. A mais espetacular expansão, no entanto, deu-se fora da Europa, no Oriente Médio, com as Cruzadas . Essas expedições cristãs contra os muçulmanos talvez sejam mesmo a melhor expressão, na Europa feudal, da interação Igreja-Feudalismo.
Em muitas regiões da Europa, prevalecia a regra da primogenitura (O filho mais velho herdava todos os bens), os filhos mais novos entravam para o Clero, obtendo um feudo da igreja. Contudo, com o crescimento populacional, chegou um momento em que nem mesmo a igreja tinha terras suficientes para distribuir. Numerosos nobres estavam sem terra, envolvendo-se em raptos, saques, profanações de igrejas e guerras para sobreviver. As cruzadas representam uma ocupação para este excedente demográfico. Um segundo fator, também muito importante, foi o religioso. Conforme a mentalidade da época, era fundamental para a salvação da alma, realizar uma peregrinação. Esta viagem-penitência a locais Santos podia ser feita na própria Europa (Roma, Santiago de Compostela, etc), mas o principal centro de peregrinação era Jerusalém, onde estava o Santo Sepulcro, túmulo de Cristo. Este porém, localizava-se em território Muçulmano, e em 1078 as peregrinações cristãs foram proibidas.
Em terceiro lugar, havia o interesse do Papa em reforçar sua liderança no ocidente. De fato, promover e organizar um movimento do porte das cruzadas seria a demonstração de força e prestígio de que a Igreja precisava diante de sua luta contra o Império. Mais ainda, a igreja, que não conseguira acabar com as guerras feudais, através da paz de Deus (proibição de lutas em certos locais e épocas do ano), pensava em canalizar a belicosidade da nobreza para o Oriente.
Uma última causa a ser levada em consideração era a pretensão do papado de reunificar a Cristandade, dividida desde o cisma do Oriente (1054). Segundo esta idéia, os exércitos cruzados a caminho de Jerusalém poderiam, de passagem por Bizâncio, exercer certa pressão para pôr fim à Igreja Ortodoxa Grega .
Desde que o papa Urbano II pregou realização das Cruzadas no Concílio de Clermont, em 1095, até fins do século XIII, foram inúmeras as expedições cristãs em direção ao oriente. No entanto, convencionou-se, para facilitar, falar-se em oito cruzadas (além de duas outras, não realizadas pela nobreza, a cruzada popular e a Cruzada das Crianças).
A primeira cruzada (1096-1099), formada por nobres franceses e normandos, apoderou-se da importante cidade de Antioquia, abrindo assim, caminho para a conquista de Jerusalém em 1099. Os territórios submetidos foram organizados de forma feudal, cabendo a cada chefe uma região, subdividida em feudos. Contudo, Jerusalém foi retomada pelos Islamitas em 1187, e apesar de várias tentativas cristãs, a cidade jamais foi reconquistada.
As cruzadas fracassaram quanto aos seus objetivos, mas alcançaram resultados inesperados e importantes, determinando o rumo da Idade Média desde então. No plano da política ocidental, elas aceleraram a crise do feudalismo, gerando o desaparecimento de milhares de nobres e arruinando outros tantos, sendo que acabaram favorecendo a centralização política por parte dos reis. Desta forma, também a Igreja foi afetada, pois , como sabemos a inter-relação igreja-feudalismo era muito grande, portanto, o declínio deste representou igualmente o declínio daquela. No plano da política internacional, as cruzadas foram as responsáveis pela decadência do império Bizantino, sendo que a quarta cruzada separou definitivamente a Cristandade Ocidental da Oriental. No plano econômico, completaram a reabertura do Mediterrâneo, possibilitando então o Renascimento comercial urbano. Deste modo, involuntariamente, deram novo golpe no feudalismo, acelerando a sua decadência. Este renascimento comercial se desenvolve, pois os artesãos e camponeses passam a se dedicar à nova atividade, abandonando os feudos e procurando pontos estratégicos para a venda de mercadorias, como encruzilhadas de estradas e margens dos principais rios navegáveis. Na procura por lugares seguros para suas mercadorias, começaram a procurar os burgos (castelos fortificados) melhor localizados e passaram a se estabelecer ao lado de seus muros. Com o tempo, nasceram os forisburgos, que cresceram graças ao comércio, cercando o próprio burgo e originando as cidades.
Os comerciantes, chamados então de burgueses, desejavam liberdade e procuravam conquistá-la ou pela força ou comprando do senhor feudal uma carta de franquia. Na França, o surgimento destas cidades livres foi favorecido pelos reis capetíngios, que viam nelas poderosas e fiéis aliadas em sua luta contra a nobreza feudal. Mais à frente no tempo, cansada de caminhar com o pesado fardo econômico, imposto até então pela monarquia, a burguesia francesa, possuía uma utopia, mas a monarquia absolutista representava um entrave, que impedia a sua ascensão. No entanto, esta prosperava, estribada no desenvolvimento da Indústria e do comércio, e não se conformava em desempenhar um papél secundário na vida política da nação. Além disso, a má administração financeira afetava os seus interesses e ela, assim sendo, desejava uma mudança de regime que permitisse a sua participação na administração pública. Assim, foi essa classe, grande responsável pela Revolução que surgiu , baseada nas idéias de: Voltaire, Rousseau, Condorcet, Dálambert, Turgot, Diderot, entre outros.
E assim, começávamos a caminhar para uma revolução que representou um marco na história da humanidade, e que transformou a burguesia, na classe dominante do porvir.
Até que ponto Marx tinha razão?
Hoje é fato que a maioria das superpotências econômicas estejam com sua economia operando na forma de livre mercado, fruto de uma evolução que se iniciou desde o renascimento do comércio, com a abertura dos portos do mar mediterrâneo, o que seria o início do fim do mercado centralizado no estado, comum no absolutismo que se encontrava em decadência, com a ascensão da burguesia (comerciantes que se estabeleceram nas redondezas dos burgos). Passando pelos fisiocratas, e pegando impulso com Adam Smith no século XVIII, uma ideologia ganhava corpo. Com a decadência do estado absolutista, e portanto, da centralização da economia, a tendência a partir de então, passou a ser considerar os indivíduos livres para concorrerem entre si economicamente , enquanto o estado sairia cada vez mais de cena. Tal modelo, constituiu-se nas bases da doutrina e política Liberal, onde o objetivo era estimular o livre jogo espontâneo do mercado, para uma expansão crescente das forças produtivas, o que redundaria num expressivo e progressivo enriquecimento das nações, e conseqüentemente, dos indivíduos, que se beneficiariam, portanto, desta liberdade. Eventuais desequilíbrios seriam naturalmente sanados, pela igualdade de condições que os participantes do jogo econômico conquistariam, o que possibilitaria no fim do processo, a igualdade social de todas as nações e indivíduos, mesmo que não de início . No entanto, alguns pensadores, quebrariam posteriormente esta onda de harmonia e progresso, com suas considerações. Malthus (1766-1834) indagaria sobre o crescimento demográfico em progressão geométrica contra o crescimento aritmético da produção de alimentos, o que geraria em pouco tempo, “a fome no mundo”. De base protestante, calvinista, a teoria Malthusiana iria propor liberdade econômica apenas para o empresário (burguês), através de sua educação e estudo, enquanto o proletário, sem condições para o avanço da educação, seria considerado, a mula de carga da sociedade, uma vez que, não poderia libertar-se economicamente, sem elevar muito o crescimento demográfico, e conseqüentemente, gerar a fome no futuro. Posteriormente, Ricardo (1817) em “Princípios de economia Política” , na carona de Malthus, desenvolve a teoria dos salários decrescentes (lei de bronze dos salários), onde estabelece que, a partir de um determinado estágio da evolução e concentração capitalista, os salários deveriam se tornar decrescentes, caso contrário, gerariam no futuro uma crise, não apenas de ordem conjuntural, mas também estrutural, algo como uma catástrofe geral, o que batia de frente com a teoria do salário natural, desenvolvida por Adam Smith. Então, aparece Karl Marx, discípulo de Ricardo, que o supera em muitos pontos essenciais de suas idéias, atribuindo uma grande significação histórica para a ciência. Marx, atribui ao capitalismo um modo de produção dominante, que se forma num momento histórico e social determinado, e que, por este motivo, assim como nasceu, teria também o seu crepúsculo e morte. Em O Capital , Marx faz algumas considerações básicas sobre este crepúsculo e a conseqüente morte do modelo capitalista. “O capitalismo, após alcançar certa maturidade, entraria numa fase crítica, premonitória de crises estruturais e de transformações revolucionárias. Essa maturidade seria dada pela tendência do capital a sua concentração e à eliminação do princípio original que assistira a suas origens: a concorrência. O capital terminaria em mãos de poucos, constituindo o cume de uma pirâmide absolutamente separada da base. O capital terminaria por constituir oligopólios que derivariam em monopólios, até que tudo acabaria concentrando-se em uma única mão. Simultaneamente, a “base”, sustentada pelo trabalho, pela “força de trabalho”, iria alargando-se horizontalmente, crescendo em proporções imensas e aplicando a “lei de bronze dos salários”.” (O que é capitalismo- Afrânio Mendes Catani-1980)
Ou seja, para Marx, o proletariado, ao invés de enriquecer e se libertar economicamente, sofreria uma progressiva depauperização, proporcional à concentração monopolista do Capital. E mais, considerava impossível a sobrevivência do sistema econômico, sem inverter a base da pirâmide, com uma revolução no sentido de que a base alcançasse o poder econômico instaurando o poder político para, inicialmente, o que chamava de “ditadura do proletariado”, e depois, de uma apropriação comunista dos meios de produção. Impossível porque, em seu entender, no capitalismo havia um caráter contraditório, que socializava o trabalho ao mesmo tempo em que privatizava os meios de produção. Assim, considerava que somente uma revolução, e posteriormente, a implantação do comunismo, permitiriam resolver tal contradição.
Voltando aos dias de hoje, quando nos deparamos com as políticas assistencialistas que partidos nascidos na esquerda vêm praticando, de forma crescente, é possível supor que, países emergentes, como o Brasil, tenham encontrado um “caminho do meio” para a distribuição melhor da renda, entre as classes sociais, não obstante tal contradição estudada por Marx, o que agrega um mecanismo a mais de ajuste na economia, na medida em que, as classes D e E , vão ascendendo na escalada social e injetando mais dinheiro no mercado, mantendo a demanda aquecida e contribuindo para o equilíbrio do sistema.
Tudo ia indo bem para o sistema de livre mercado, que nasceu com as luzes da civilização atual, não fosse a recente crise, no país que possui a economia mais liberal do Globo, que forçosamente colocou a necessidade do estado intervir na economia, e mesmo que seja por pouco tempo,... até transferirem novamente as ações de bancos estatizados para a propriedade privada, uma pergunta não quer calar: Até que ponto o barba (Marx) tinha razão?
Ou seja, para Marx, o proletariado, ao invés de enriquecer e se libertar economicamente, sofreria uma progressiva depauperização, proporcional à concentração monopolista do Capital. E mais, considerava impossível a sobrevivência do sistema econômico, sem inverter a base da pirâmide, com uma revolução no sentido de que a base alcançasse o poder econômico instaurando o poder político para, inicialmente, o que chamava de “ditadura do proletariado”, e depois, de uma apropriação comunista dos meios de produção. Impossível porque, em seu entender, no capitalismo havia um caráter contraditório, que socializava o trabalho ao mesmo tempo em que privatizava os meios de produção. Assim, considerava que somente uma revolução, e posteriormente, a implantação do comunismo, permitiriam resolver tal contradição.
Voltando aos dias de hoje, quando nos deparamos com as políticas assistencialistas que partidos nascidos na esquerda vêm praticando, de forma crescente, é possível supor que, países emergentes, como o Brasil, tenham encontrado um “caminho do meio” para a distribuição melhor da renda, entre as classes sociais, não obstante tal contradição estudada por Marx, o que agrega um mecanismo a mais de ajuste na economia, na medida em que, as classes D e E , vão ascendendo na escalada social e injetando mais dinheiro no mercado, mantendo a demanda aquecida e contribuindo para o equilíbrio do sistema.
Tudo ia indo bem para o sistema de livre mercado, que nasceu com as luzes da civilização atual, não fosse a recente crise, no país que possui a economia mais liberal do Globo, que forçosamente colocou a necessidade do estado intervir na economia, e mesmo que seja por pouco tempo,... até transferirem novamente as ações de bancos estatizados para a propriedade privada, uma pergunta não quer calar: Até que ponto o barba (Marx) tinha razão?
sábado, 1 de novembro de 2008
Saindo da Matrix
"Um problema só é essencialmente filosófico se levar em conta a tomada da aparência pela realidade"Desde que o homem se iniciou na vida em Sociedade, se vê às voltas com este problema, mas isso é bom, pois o faz refletir e mudar o seu agora, redirecionando-o, para um caminho melhor....Platão nasceu em 428 a.c. , vejam vocês, e nesta época já se propunha aos indivíduos da época, uma reflexão neste sentido. Ocorre que naquela época, os tempos eram outros. Os agoras foram passando e entrou-se numa época de obscuridade, onde só quem se agrupasse numa sociedade secreta poderia ter acesso a este tipo de reflexão, e avançar mais espiritualmente. Hoje, temos a liberdade de falar disso abertamente e de forma globalizada, ...vejam vocês, não é uma evolução e tanto?! Assim, as sociedades secretas perderam o sentido que tinham naquela época, pois hoje, a ascensão do espírito é tema aberto na sociedade. A chegada da Era de Aquário, intensificará isto, com muita elucidação através da informação e do conhecimento, ajudando-nos a ir tirando os véus, em busca de um mundo melhor.
Renascer ou Iniciar-se num caminho de despertar constante da consciência , rumo à verdadeira essência?Renascer, nos passa a impressão de morrer, nascer num outro nível, e pronto, tá tudo resolvido. O batismo, como ato simbólico, pode significar um rito de passagem, uma iniciação em um novo caminho.Sendo assim, e considerando que "Sistema" refere-se ao Sistema político/econômico e inclusive religioso de cada época, ...de cada civilização, vivenciada pelo espírito humano, e que o afasta da sua verdadeira imagem(ego), para parâmetro da evolução de sua essência, sair da Matrix (sistema), seria uma advertência para darmos o primeiro passo à esta iniciação do despertar constante. Mas não o único passo.
Assim, Platão, já naquela época advertia seus discípulos para a necessidade de saírem deste nível (aparente) e se iniciarem no caminho do despertar constante, no caminho da realidade.Yeshua, vivendo numa outra época, com outro tipo de sistema político/econômico e religioso, onde predominava a religião Judaica sob o crivo de Roma, tb nos chamava a atenção para a saída do mundo aparente para a realidade, como podemos ver nas várias passagens onde fazia as pessoas da época perceberem que não compactuava com os ensinamentos hipócritas dos sacerdotes e rabis (sistema estabelecido)."Acabara a Festa dos Tabernáculos. Os sacerdotes e rabis em Jerusalém haviam sido logrados em suas tramas contra Yeshua, e ao cair da noite 'cada um foi para sua casa'. Porém Yeshua foi para o Monte das Oliveiras". João 7:53-8:1Ao desfocar a mente do "sistema", nos iniciamos num outro nível, num outro "agora" que na caminhada do despertar constante, vai nos conduzindo à essência, ao "agora eterno".
Renascer ou Iniciar-se num caminho de despertar constante da consciência , rumo à verdadeira essência?Renascer, nos passa a impressão de morrer, nascer num outro nível, e pronto, tá tudo resolvido. O batismo, como ato simbólico, pode significar um rito de passagem, uma iniciação em um novo caminho.Sendo assim, e considerando que "Sistema" refere-se ao Sistema político/econômico e inclusive religioso de cada época, ...de cada civilização, vivenciada pelo espírito humano, e que o afasta da sua verdadeira imagem(ego), para parâmetro da evolução de sua essência, sair da Matrix (sistema), seria uma advertência para darmos o primeiro passo à esta iniciação do despertar constante. Mas não o único passo.
Assim, Platão, já naquela época advertia seus discípulos para a necessidade de saírem deste nível (aparente) e se iniciarem no caminho do despertar constante, no caminho da realidade.Yeshua, vivendo numa outra época, com outro tipo de sistema político/econômico e religioso, onde predominava a religião Judaica sob o crivo de Roma, tb nos chamava a atenção para a saída do mundo aparente para a realidade, como podemos ver nas várias passagens onde fazia as pessoas da época perceberem que não compactuava com os ensinamentos hipócritas dos sacerdotes e rabis (sistema estabelecido)."Acabara a Festa dos Tabernáculos. Os sacerdotes e rabis em Jerusalém haviam sido logrados em suas tramas contra Yeshua, e ao cair da noite 'cada um foi para sua casa'. Porém Yeshua foi para o Monte das Oliveiras". João 7:53-8:1Ao desfocar a mente do "sistema", nos iniciamos num outro nível, num outro "agora" que na caminhada do despertar constante, vai nos conduzindo à essência, ao "agora eterno".
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
O consumismo: Vilão ou Salvação
Se refletirmos sobre os ciclos de desenvolvimento econômico, iniciaremos a nossa observação pelo chamado capitalismo comercial, representado, no Brasil, pelo mercantilismo ocorrido antes do século XVIII, através do ciclo do pau -Brasil, da cana de açúcar, do ouro e do café. Sua característica foi obter rendimentos, com a exploração destes produtos, proporcionando lucro a quem detinha os meios de produção sobre a colônia. A partir do século XVIII, com a revolução industrial, que partiu das indústrias à vapor, alimentadas por carvão, para as indústrias por fonte elétrica, bem como, os conseqüentes avanços, como a exploração e o uso do petróleo, que permitiu o desenvolvimento da indústria automobilística, chegamos ao capitalismo industrial, que embalado pelo liberalismo, trouxe novo desenvolvimento, uma vez que, alterando a fonte de energia de vapor para elétrica, pôde-se imprimir uma velocidade muito maior na fabricação e venda dos produtos, o que resultou na elevação do nível dos rendimentos sobre a economia. Tal elevação, impulsionou a urbanização de cidades, gerando uma intensa migração de trabalhadores para as grandes cidades, que estavam, portanto, sem infra-estrutura para recebê-los, ocasionando carências sociais das mais diversas. Com o liberalismo em alta, na década de 30, ocorre uma crise financeira, com o crash da Bolsa de Nova York, o que coloca novamente em pauta a questão da necessidade de intervenção do estado na economia, afim de evitar o aprofundamento da crise financeira, caindo por terra a idéia de regulação social-econômica do livre mercado. O Inglês, Maynard Keynes, em 1926, havia apresentado postulado sobre a necessidade de tal intervenção, e assim, nasce o Keynesianismo, que entre outras propostas, procura melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, com benefícios trabalhistas como: salário mínimo, férias, Décimo terceiro salário, investindo mais na saúde e melhorando o relacionamento do empresário com o trabalhador, que resultava em melhor produtividade, e conseqüentemente, mais lucro para as empresas. Aqui no Brasil, os benefícios trabalhistas foram bastante implementados, na era Vargas (1930/1945), gerando inclusive a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).
No entanto, terminada a segunda guerra mundial (1939/1945), com o desenvolvimento tecnológico ocorrido ao longo dos combates, e com o respaldo da necessidade de recuperação dos países envolvidos na guerra, entra-se num novo ciclo do capitalismo, uma vez que, a partir de então, lançaram-se novos produtos tecnológicos para uso cotidiano que mudariam os costumes das pessoas, até os dias de hoje. Os bancos, passam a emprestar dinheiro para as empresas privadas investirem mais e buscarem estratégias para aumento da produtividade e conseqüentemente dos seus lucros, não mais a longo prazo, mas sim, a curto prazo. Assim, surge o capitalismo financeiro, onde o capital é remunerado, como um investimento, ora na “força de trabalho”, ora no “mercado financeiro”, que com isto, se expande imensamente. Aqui, neste ponto, já podemos dizer que, a mola propulsora da economia, ou seja, do novo ciclo de crescimento econômico, a partir de então, passaria a ser “o consumo”. Considerando os problemas ocorridos com a doutrina Keynesiana, que provaram tratar-se de uma política que necessitava de aprimoramentos, pois na década de 60 a inflação e a acumulação monopolista avançava nos países centrais, bem como, com a privatização das empresas, afastando novamente o estado do centro da economia, surge um novo liberalismo, nos países desenvolvidos. Que passa a ser chamado de neo-liberalismo, e cuja corrente doutrinária se dissemina em várias direções do globo até os nossos dias, considerando que o estado, no limite, deveria apenas cuidar de cumprir os seus contratos e garantir o direito a propriedade privada do indivíduo. Atualmente, durante um certo tempo de economia estável, no Brasil, constatamos a capacidade da economia de livre mercado, de contribuir para a ascensão social de milhões de pessoas, como um aspecto positivo, mas. por outro lado, no aspecto negativo, o capitalismo financeiro, vem cedendo espaço grande para a especulação, basta observarmos a crise atual gerada nos E.U.A. por pura especulação imobiliária, acompanhada por falhas no sistema regulatório das instituições econômicas e por ratings(avaliação de instituições de investimento) ilusórios ou maquiados. Notamos também, nos tempos de hoje, um descolamento da economia financeira da economia real, se considerarmos que para cada US$ 1,00 investido em “força de trabalho”, há US$ 3,50 investidos “no mercado financeiro”, o que aumenta os ganhos financeiros dos monopólios e oligopólios multinacionais, assim como, a distância entre a classe mais rica e a mais pobre, no mundo. Vale lembrar que, segundo Karl Marx, num contexto histórico, o capitalismo seria um modo de produção dominante, ou seja, que tende a distanciar, cada vez mais, os mais ricos dos mais pobres, que são dominados pelos primeiros. É certo que o ideal comunista também já fracassou, ...é certo também, que a cada crise o capitalismo revê suas falhas e segue em frente, com mais musculatura, mas e a felicidade humana, objetivo fim do jogo econômico das nações, inclusive com uma promessa de igualdade entre os indivíduos, estaria sendo maximizada tanto quanto o lucro dos capitalistas? Ou seríamos nós, classes C,D e E apenas pilhas, que mantêm o sistema funcionando?!
Estamos em crise ? ... Então consumam !!!
No entanto, terminada a segunda guerra mundial (1939/1945), com o desenvolvimento tecnológico ocorrido ao longo dos combates, e com o respaldo da necessidade de recuperação dos países envolvidos na guerra, entra-se num novo ciclo do capitalismo, uma vez que, a partir de então, lançaram-se novos produtos tecnológicos para uso cotidiano que mudariam os costumes das pessoas, até os dias de hoje. Os bancos, passam a emprestar dinheiro para as empresas privadas investirem mais e buscarem estratégias para aumento da produtividade e conseqüentemente dos seus lucros, não mais a longo prazo, mas sim, a curto prazo. Assim, surge o capitalismo financeiro, onde o capital é remunerado, como um investimento, ora na “força de trabalho”, ora no “mercado financeiro”, que com isto, se expande imensamente. Aqui, neste ponto, já podemos dizer que, a mola propulsora da economia, ou seja, do novo ciclo de crescimento econômico, a partir de então, passaria a ser “o consumo”. Considerando os problemas ocorridos com a doutrina Keynesiana, que provaram tratar-se de uma política que necessitava de aprimoramentos, pois na década de 60 a inflação e a acumulação monopolista avançava nos países centrais, bem como, com a privatização das empresas, afastando novamente o estado do centro da economia, surge um novo liberalismo, nos países desenvolvidos. Que passa a ser chamado de neo-liberalismo, e cuja corrente doutrinária se dissemina em várias direções do globo até os nossos dias, considerando que o estado, no limite, deveria apenas cuidar de cumprir os seus contratos e garantir o direito a propriedade privada do indivíduo. Atualmente, durante um certo tempo de economia estável, no Brasil, constatamos a capacidade da economia de livre mercado, de contribuir para a ascensão social de milhões de pessoas, como um aspecto positivo, mas. por outro lado, no aspecto negativo, o capitalismo financeiro, vem cedendo espaço grande para a especulação, basta observarmos a crise atual gerada nos E.U.A. por pura especulação imobiliária, acompanhada por falhas no sistema regulatório das instituições econômicas e por ratings(avaliação de instituições de investimento) ilusórios ou maquiados. Notamos também, nos tempos de hoje, um descolamento da economia financeira da economia real, se considerarmos que para cada US$ 1,00 investido em “força de trabalho”, há US$ 3,50 investidos “no mercado financeiro”, o que aumenta os ganhos financeiros dos monopólios e oligopólios multinacionais, assim como, a distância entre a classe mais rica e a mais pobre, no mundo. Vale lembrar que, segundo Karl Marx, num contexto histórico, o capitalismo seria um modo de produção dominante, ou seja, que tende a distanciar, cada vez mais, os mais ricos dos mais pobres, que são dominados pelos primeiros. É certo que o ideal comunista também já fracassou, ...é certo também, que a cada crise o capitalismo revê suas falhas e segue em frente, com mais musculatura, mas e a felicidade humana, objetivo fim do jogo econômico das nações, inclusive com uma promessa de igualdade entre os indivíduos, estaria sendo maximizada tanto quanto o lucro dos capitalistas? Ou seríamos nós, classes C,D e E apenas pilhas, que mantêm o sistema funcionando?!
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